Sem William Pottker, lesionado, e sem Nico López, suspenso, o técnico Odair Hellmann tem, novamente, um buraco naquele que pode ser considerado seu time ideal. Para preencher essa lacuna do lado direito ofensivo, o treinador do Inter conta com quatro opções principais.
– Minhas opções são Camilo, Wellington Silva, Marcinho e Juan. Vou buscar uma situação para primeiro e segundo tempo. Já observei o Cianorte em três jogos, eles têm uma característica específica e, dentro disso, vou ver quem vai iniciar a partida – comentou Odair após o jogo contra o São Luiz.
Os quatro nomes têm estilos bem diferentes, o que certamente influenciará a decisão da comissão técnica. A seguir, Zero Hora apresenta as principais características dos candidatos.
Camilo
Na teoria, Camilo poderia ser o primeiro dessa lista. Contratado para ser primeira opção do time na ausência de D'Alessandro ou qualquer meia, o jogador até começou bem no Inter, mas em 2018, acumula más atuações. Chegou a ser vaiado no domingo. Os desempenhos insatisfatórios e a característica o deixam na última posição da fila.
– Camilo jogaria por dentro, com D'Alessandro pelo lado, para criar com dois meias, jogando em aproximação e dando liberdade para quem vem no corredor – disse Odair, deixando aberta a possibilidade.
A tendência é de que não seja essa a formação. O time poderia ter meias em exagero e pouca força de drible, deixando apenas Damião na frente, já que os outros atletas que ocupam o meio não têm por virtude partir para cima, buscar vitória pessoal. Apesar disso, a eventual utilização de Camilo teria aval do ex-técnico Muricy Ramalho:
– Difícil falar. A gente vê o Inter jogar sempre com Pottker, Nico. É complicado apostar em um outro jogador com tanta qualidade como eles. Camilo é o que tem bagagem, jogador pronto, tem experiência, joga pelo lado, pelo meio. Treinador tá no dia a dia e sabe o que é melhor. Mas eu apostaria em Camilo.
Wellington Silva
Contratado no início do ano, o meia-atacante que veio do Fluminense é o mais cotado para substituir Pottker e Nico. Sua atuação contra o São Luiz rendeu elogios inclusive do técnico. Pesam a seu favor a habilidade e o ímpeto para buscar o drible. Contra si, o fato de jogar, preferencialmente, pela direita:
– O Wellington Silva tem jogado pelo lado esquerdo. Estava planejado que ele não disputasse o jogo todo (atuou por 70 minutos), ainda não está preparado para 90 minutos. Mas já apresentou coisas positivas, vem evoluindo.
Ainda que tenha esse estilo de aparecer pelo lado esquerdo, Rafael Oliveira, setorista do Fluminense no Jornal Extra, lembra que Wellington é versátil no ataque:
– Wellington também joga pela direita. É que ele não esconde que gosta de jogar pela esquerda. No melhor momento dele no ano passado, ele estava na direita. Ele joga pelos dois lados. E o Abel quase sempre alternava o lado dos pontas durante o jogo. Mesmo quando ele começava pela esquerda, acabada em algum momento atuando na direita também. É uma boa opção para Odair, que busca muita movimentação no meio-campo.
Juan Alano
Juan, que recebeu o sobrenome Alano depois da chegada do lateral-direito Ruan, é fruto da categoria de base do Inter. Com 21 anos, o meia surgiu na Série B do ano passado, chegou a ganhar chances entre os titulares, mas oscilou entre a reserva e ausência na lista de convocados. Não é atacante, mas pode fazer funções ofensivas, como já mostrou no início da atual temporada.
– Ele é um jogador muito técnico, muito habilidoso. A visão de jogo dele impressiona, acho que é a maior virtude. Preferencialmente, joga na faixa central, como armador, distribuindo bola. Mas pode fazer uma função mais aberta também, sem problemas – elogia o técnico Ricardo Colbachini, que trabalhou com Juan na equipe sub-23.
A visão é compartilhada por Odair. Após a partida de domingo, ele fez comentário semelhante:
– Juan é um meia-atacante, mas é mais um armador.
Assim, se ganha qualidade de passe, visão de jogo e manutenção de posse de bola, Juan pode perder parte do ímpeto ofensivo que o lado direito tradicionalmente oferece à equipe colorada.
Marcinho
Marcinho tem características semelhantes às de Wellington Silva. Arisco e driblador, lembra mais um ponteiro à moda antiga do que um meia. Destro, atua preferencialmente do lado direito, buscando a linha de fundo.
– Ele tem muita velocidade, é driblador, às vezes até exagera e se atrapalha no próprio drible. Ainda tem deficiência na finalização – analisa André Müller, comentarista da Rádio Pelotense, que acompanhou Marcinho na última temporada, quando atuou pelo Brasil-Pel.
Odair acrescenta ainda a questão da infiltração oferecida pelo atacante, que inclusive sofreu um pênalti no último domingo, não marcado pela arbitragem.
– Marcinho dá agressividade ao ataque – reforça o técnico.
Apesar de ter essas características pedidas pela posição, como velocidade e ímpeto, a falta de capricho no último passe e a deficiência nas finalizações o colocam atrás de Wellington Silva.