Nesta véspera de Natal, é preciso relembrar alguns princípios fundamentais que poderiam e deveriam reger a vida e, por consequência, o futebol. Numa época em que a intolerância se impõe sobre o bom senso e em que as redes sociais se tornaram um grande tribunal de penas sumárias, talvez seja legal refletirmos sobre nossa parcela em tudo isso.
A rivalidade Gre-Nal tem nos proporcionado vários momentos de involução. O que até os anos 90 do século passado era considerado normal, hoje está transformado em peças de museu da convivência humana.
Gremistas e colorados têm, sim, o direito de comemorarem seus sucessos e flautearem a derrota alheia, sem que sejam convocados exércitos exterminadores para iniciar-se uma guerra. Os torcedores deveriam poder assistir a um clássico lado a lado, sem que a Brigada Militar precisasse armar uma operação gigantesca para prevenir desavenças e altercações. Redes sociais precisam ser instrumentos de informação e diversão, e não um motivo para se ignorar preceitos constitucionais seculares.
Vidas menos virtuais
Cansei de ir para o Gre-Nal com amigos torcedores dos dois times no mesmo carro para, na volta, rolar a flauta. Incrível: nunca deu briga. Acho que está mais do que na hora de sabermos identificar quando algo publicado em redes sociais é apenas uma brincadeira.
Chega de intolerância! Nossas vidas precisam ser mais reais e muito menos virtuais. Desejo a todos, sejam torcedores de qualquer clube, um feliz Natal!