Peça importante na conquista do último título nacional do Inter, a Copa do Brasil de 1992, Airton Graciliano dos Santos, o Caíco, deve ser um dos auxiliares de Odair Hellmann na temporada 2018. Atualmente, o ex-jogador de 43 anos trabalha nas categorias de base do clube — integra a comissão técnica dos juniores. Ontem, inclusive, estava na casamata em jogo da equipe sub-19, disputado no CT de Alvorada.
— Na verdade, não há nada de oficial. Falei só com o Dulac (Mauricio, auxiliar e coordenador do Centro de Análise de Desempenho). Tem a possibilidade, mas ainda estão ocorrendo reuniões — destaca Caíco.
Revelado pelo Inter, o porto-alegrense despontou para o futebol justamente na Copa do Brasil de 1992, na qual o time comandado por Antônio Lopes, que tinha Gato Fernandez no gol, Pinga na zaga, Daniel Franco na lateral-esquerda e Gérson no ataque, conquistou o título diante do Fluminense.
Meia de habilidade, Caíco marcou um golaço no jogo de ida da decisão (derrota por 2 a 1). Na volta, no Beira-Rio, Célio Silva fez de pênalti o gol que garantiu a taça. Depois do Inter, o agora auxiliar técnico se transferiu para o Japão. De volta ao Brasil, passou por clubes de ponta, como Flamengo, Santos e Atlético-MG. Também jogou na Suíça e em Portugal. Encerrou a carreira em 2009, no Itumbiara-GO.
Logo após pendurar as chuteiras, Caíco abriu um escritório, pensava que poderia ser empresário de atletas.
— Mas vi que não era a minha função, o meu caminho — comenta.
Também se aventurou como dirigente. Na temporada 2012/2013, foi diretor técnico do Santa Cruz durante a disputa do Campeonato Gaúcho. Ainda em 2013, retornou ao Inter, onde havia começado no futebol. Primeiro, trabalhou no Centro de Análise de Desempenho. Depois, foi para a base, onde se tornou auxiliar da equipe sub-20. Para exercer a função, preparou-se. Cursou Educação Física no IPA até o sexto semestre e também fez o curso de técnico na CBF e no Sindicato dos Treinadores. Em dois torneios na Alemanha, trabalhou como treinador – foi campeão em uma edição e terceiro colocado na outra.
O fato de ter seu nome sondado para integrar a comissão técnica dos profissionais empolga Caíco, que se diz pronto para colaborar.
— Independentemente do que aconteça, é uma valorização do trabalho. Se for confirmado, vou dar muito duro para contribuir para as coisas fluírem — afirma.
Perguntado sobre a relação com Odair Hellmann, o auxiliar do sub-20 diz que tiveram muitos contatos durante treinos que os times da base fazem com os profissionais e que a trajetória do novo técnico colorado é a inspiração para a sua carreira:
— Me espelho muito no caminho do Odair. Pretendo fazer uma coisa de cada vez, passo a passo, para almejar coisas maiores.
Em 17 anos como jogador profissional, o ex-meia destaca que aprendeu com seus treinadores, como Vanderlei Luxemburgo, Antônio Lopes, Abel Braga e Nelsinho Baptista. Porém, ressalta que sua maior escola tem sido o dia a dia como auxiliar. Também não esquece de Dorinho, uma lenda na base do Inter, há décadas garimpando talentos para o clube.
Enquanto não é oficializado nos profissionais, Caíco segue sua rotina com os guris. No sábado, estará no Estádio Passo D'Areia ao lado do técnico Fábio Matias na decisão da Copa FGF Sub-19 — o Inter está em vantagem, venceu por 1 a 0 o jogo de ida da final. Depois, na próxima semana, tem a Copa Ipiranga Sub-20. Mas o desejo mesmo do ex-jogador é estar ao lado de Odair Hellmann em janeiro, na arrancada colorada para a temporada 2018. E quem sabe, por que não, ajudar a levar o Inter a mais uma conquista nacional.