Você provavelmente já riu com alguma entrevista do Marinho. Nas passagens recentes do meia-atacante do Changchun Yatai pelo Brasil, ele acabou sendo conhecido por sempre dar declarações hilárias com um microfone à sua frente. Prestes a completar a sua primeira temporada no futebol chinês, o jogador disse que não quer mais ser conhecido como quem dá "entrevistas bizarras", pois na Ásia aprendeu a levar o futebol mais a sério. O amadurecimento também veio na hora de avaliar a sua passagem pelo Inter. O atleta que teve contrato com os colorados entre 2009 e 2013 falou que nunca foi valorizado em Porto Alegre.
— A imprensa está de prova: nunca me viu jogar um jogo no Inter. Todas as vezes que eu joguei no sub-23, eu era artilheiro ou melhor jogador e não ganhava chance. Todo mundo fala que eu cheguei no Inter e não joguei, mas a imprensa sabe que eu fui destaque na pré-temporada em Bento Gonçalves, voltei e não joguei. Nunca tive a oportunidade de jogar 20 minutos sequer no profissional. Eu pedia para jogar no time B para não ficar mofando. O Inter foi me emprestando e eu nunca tive valor no clube. Tantos jogadores subiram e jogaram e eu fui escanteado. O pior de todo é que no meu último ano de contrato eu fiquei de maio a dezembro treinando em separado em Alvorada. Pararam de me pagar o salário também. Eu só fui receber quando coloquei o clube na Justiça. Não tenho mágoa nenhuma, mas não é à toa que eu fiz gol no Inter pelo Vitória e, na briga contra o Inter ano passado, a gente fez a nossa parte e deu uma 'mãozinha' para que o clube caísse para a segunda divisão. Não tenho mágoa, são águas passadas — recordou o atleta em entrevista à GaúchaZH.
Focado em melhorar o seu desempenho, Marinho elogiou o profissionalismo do futebol asiático. Lá, só se pensa e respira o esporte, sem muito tempo para distrações. Melhor para o camisa 7, afinal, ainda não descobriram que ele é "meme" no Brasil.
— O bom daqui é que eles não olham muito a internet pra ficar me zoando. (risos) Aqui eles são muito profissionais e não tem muito tempo para brincadeira. Às vezes a gente acha que é muito esperto no Brasil, mas aí chega aqui e vê que a cultura é diferente. As pessoas respeitam mais. Eu não sou apenas aquele cara da entrevista "bizarra" para fazer todo mundo rir. Aqui as pessoas não querem saber se você é "meme" ou não no Brasil, eles vêem o lado profissional. "Afinal, o que te trouxe aqui?" É isso que eles dão valor aqui — disse o atleta.
E o futuro? Marinho tem mais dois anos de contrato com o Changchun Yatai e, pelo menos por enquanto, não espera sair da Ásia.
— Eu tenho contrato até o final de 2019. O futebol é muito dinâmico. Eu posso chegar aqui no próximo ano, arrebentar e dizer que quero ficar aqui mais dois ou três anos. Futebol é assim, o jogador quer sempre estar jogando. Se isso não acontecer, eu preciso estar de novo na ativa. Jogador que não é visto, não é lembrado. Eu trabalho forte e sempre trabalhei. No ano que vem, eu quero ser ainda melhor —