Indiretamente, um lateral dos anos 1980 é responsável pela evolução defensiva de Cláudio Winck. Rodrigues Neto, que chegou ao Inter no início daquela década foi uma espécie de mentor para André Luís, então companheiro de função no time. Agora, o auxiliar técnico do Guto Ferreira repassa os ensinamentos ao atual dono da faixa direita do Inter.
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Conhecido por suas virtudes ofensivas, Cláudio Winck vem apresentando um crescimento defensivo. No último jogo, contra o Londrina, por exemplo, ele foi responsável por três desarmes, segundo o Footstats. O número é o mesmo de Klaus, Cuesta e Edenilson. Só Rodrigo Dourado (seis) roubou mais bolas do adversário.
Winck admitiu que precisava melhorar a questão defensiva:
– Não vou ser um Rodrigo Dourado, que é perfeito na marcação, mas não quero comprometer. Fechando lá atrás está bom – disse Winck em entrevista recente a Zero Hora.
O jovem lateral, então, procurou André Luís, um dos mais destacados da posição na história colorada, e passou a fazer um trabalho especial. A ideia era diminuir essa deficiência e aprimorar técnicas de marcação. Este treinamento, na verdade, ficou mais ligado a conversas e vídeos do que propriamente a exercícios específicos. O auxiliar fez uma compilação de vídeos de lances em que laterais acertam e erram na marcação, para deixar claro o que pretende dizer ao pupilo.
Não há qualquer jogador em especial que merece atenção, o foco vai mesmo mais para as tomadas de decisões, independentemente de quem as tome.
A principal dica foi: quem precisa definir a jogada é o atacante. O auxiliar explicou que que não adiantava entrar no lance para fazer o desarme se o adversário estivesse equilibrado, com a bola colada no pé e com espaço. Este é um momento de recompor, envergar o corpo, bloquear o lado bom do atacante e esperar que ele decida o que vai fazer. Enquanto isso, o zagueiro consegue recompor, o volante ajuda na cobertura e o resto do sistema se organiza.
Esta é a ordem nos treinos defensivos que todos fazem. Na atividade de um contra um, o objetivo é controlar o instinto de atacar a bola e manter a paciência para dar o bote na hora certa.
Outro treino é o de fechar o espaço quando o ataque estiver sendo desenvolvido do lado oposto. No caso de Winck, quando a bola está na esquerda, ele deve estar atento ao posicionamento para evitar ser surpreendido por uma virada de jogo.
André Luís aprendeu isso com Rodrigues Neto. Quando jogaram juntos no Inter, André Luís era um recém-promovido júnior no time principal, enquanto Rodrigues Neto era um consagrado lateral com passagens vitoriosas por Flamengo, Fluminense, Boca Juniors e convocação para a Copa do Mundo de 1978, na Argentina.
Da mesma forma que Cláudio Winck, agora, é uma peça buscando afirmação e André Luís é o experiente ex-lateral que ensina os atalhos do campo.
*ZHEsportes