D'Alessandro concedeu entrevista no Inter. E, pela hierarquia dele no clube, quando fala, todos param para ouvir. É quase como se fosse um pronunciamento oficial. Descontraído, relaxado e visivelmente mais leve neste momento de calmaria do Inter, o argentino tratou de variados temas.
Brincou, cutucando os críticos, de que contrariou as previsões e está entre os três jogadores que mais atuaram na temporada. O "velinho está bem", disse, entre sorrisos.
D'Alessandro é extremamente inteligente. Acima da média, eu diria. Um dirigente do Inter, poucos meses depois de sua chegada ao Beira-Rio, me disse, impressionado, que se tratava de um jogador que enxergava o todo e sabia se mover como poucos no enredado ambiente do futebol. "Ele sabe onde está e o que precisa fazer", me disse o dirigente da época.
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Resgatei a avaliação feita lá atrpas por esse dirigente para tentar compreender as declarações de D'Alessandro na entrevista de terça-feira. Ele surpreendeu a todos ao dizer que nem pensa em renovação de contrato. Também deixou os repórteres e comentaristas impactados ao revelar que hoje, aos 36 anos, encararia uma eventual reserva com naturalidade e sem pensar de forma individual, mas pelo bem geral do grupo.
D'Alessandro teve uma atitude de líder, do tamanho da sua ascendência sobre o grupo. Mas também mostrou na entrevista que sabe ler o contexto em que está inserido. Ele diz não pensar em renovação – no que o Inter também não está pensando.
Também garante naturalidade em caso de eventual reserva. Ele sabe que, mesmo correndo, se esforçando e ainda mantendo a categoria, seu nível de atuação caiu. E que Camilo, quando tem entrado, acelera e muda a postura do time.
D'Alessandro, como me disse um dirigente lá em 2008, é acima da média. Sabe como transitar nesse enredado ambiente do futebol e também sabe o lugar que está ocupando neste momento.
