Você, que me lê, provavelmente vai desconfiar da história que eu vou narrar aqui. Eu mesmo, se não tivesse visto com os meus próprios olhos, não acreditaria. As linhas que seguirão são incríveis. Fantásticas, sim, porém não fantasiosas. Tudo o que trago aqui aconteceu de verdade em uma noite muito, muito fria. Ajeite-se na cadeira e se agasalhe bem antes de ler o que eu tenho para contar.
Ainda na primeira década do século passado, foi criado em Porto Alegre o Sport Club Internacional. Entrelaçavam-se, ali, o S, o C e o I, em um vermelho de amor infinito. O tal "Sport" a ser praticado no "Club" recém fundado seria o futebol, atividade relativamente jovem em terras brasileiras àquela época. De 1909 até pouco tempo atrás, o Internacional, "Inter" ou "Colorado" para os íntimos, manteve-se e explicava-se como sendo uma junção de pessoas dedicadas à prática competitiva do tal esporte.
Assim, disputando partidas de futebol, o Inter foi conquistando torcida e campeonatos. Foi construindo estádios e história. O alvirrubro uniforme trajado pelos esportistas do clube virou sinônimo de glórias e de respeito. Décadas e décadas se passaram sem que o vermelho do Inter pudesse ser maculado. Mais de cem anos de boa prática esportiva construíram as bases de um dos mais vitoriosos times de futebol do planeta terra.
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A história avança até que chegamos à noite daquela terça-feira, dia 20 de junho de 2017. Noite fria como aquele ano ainda não havia visto. Os mais sábios e poéticos dizem que foi a mais fria das noites já vividas pelo Sport Club Internacional em sua centenária história. O clube do povo do Rio Grande do Sul recebia, em seus gélidos domínios, o Paraná. Pouco se sabe, hoje, sobre o que foi combinado antes daquela partida. O que se imagina é que, antes do início do jogo, o acordo seria que as duas equipes jogassem futebol.
Às 21h30min, horário oficial de Brasília, o juiz apitou o início do jogo.
Às 23h20min, o mesmo árbitro soprou o seu apito três vezes, indicando o término do certame.
O que ocorreu entre os horários acima citados é mistério até hoje. Anos se passaram sem que nenhum estudioso conseguisse destrinchar o que aconteceu no Beira-Rio naquela noite. Os registros de TV, que poderiam auxiliar no trabalho científico, nada apresentam. Segundo os funcionários das mídias que transmitiram aquela partida, depois de algum tempo apenas os "melhores momentos" dos jogos ficam armazenados nos computadores.
Aquele jogo não teve "melhores momentos".
Há até algumas teses de trabalhos de conclusão de curso que tentam dar explicação para o ocorrido no Gigante. Algumas teorias apontam para um buraco espaço-temporal que teria se aberto no centro do gramado no momento do primeiro apito do juiz, engolindo o estádio por completo e o cuspindo de volta no horário que seria o do final de jogo.
Outros acreditam que forças alienígenas adentraram o estádio, causando grandes estragos e várias cenas de bang-bang futurista, obrigando uma secreta agência internacional conhecida por MIB intervir. É de conhecimento geral que estes soldados se utilizam de técnicas que apagam as memórias de quem presenciou fatos envolvendo estas criaturas de outro mundo - o que explicaria a ausência de registros e/ou memórias daquela noite.
A teoria mais aceita aponta para uma falha na "matrix". Uma espécie de bug no sistema que nós conhecemos como "mundo real". Tal qual um glitch no nosso computador pessoal, aquela partida teria sido apenas um tilt, um defeito, um código mal escrito pelo Grande Programador que comanda as ações neste planeta.
Fato é que nada, absolutamente nada se sabe, até hoje, sobre o que se passou no césped do Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, naquele 20 de junho - data que até hoje é conhecida como "O Dia do Zero Absoluto" entre aqueles que acompanham o esporte futebol.
É incrível, eu sei. Você, que me lê, deve estar sem palavras agora. Deve estar incrédulo, achando que eu estou inventando histórias. Eu mesmo não acreditaria caso estivesse no seu lugar. Mas o causo é verdadeiro. Foi a maior história de terror já vivida pelo Sport Club Internacional.
*ZHESPORTES