Cláudio Winck tinha tudo para ser o dono da camisa 2 do Inter há tempos. Tem bom porte físico, é alto para os padrões do futebol brasileiro e tem um sobrenome que o recomenda. Winck, porém, não é titular do time de Guto Ferreira, que já está no seu oitavo lateral-direito, alguns deles volantes improvisados – sem obter sucesso com qualquer um dos substitutos de William, vendido ao Wolfsburg, e que também não havia feito uma grande temporada em 2017.
Nesta sexta-feira, às 15h, enquanto o Inter de Guto estiver se preparando para embarcar para Pelotas, onde enfrentará o Brasil, no sábado, Winck estará fardado em Alvorada, entrando em campo para defender o Inter sub-23 diante do Sapucaiense. Em cinco rodadas, ele é um dos artilheiros da equipe, com oito gols. Em setembro, Winck já poderá assinar um pré-contrato com outro clube. O seu vínculo com o Beira-Rio se encerra em 31 de março de 2018. Ele é dono de 50% dos seus direitos, e os demais 50% pertencem ao Inter.
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Enquanto o sobrinho do ex-capitão colorado Luís Carlos Winck segue ligado por contrato ao clube, ele poderia ser utilizado no time de cima. Na base, o treinador Ricardo Colbachini tem utilizado o jogador como um lateral apoiador e, por vezes, como volante – uma paixão colorada nas últimas temporadas.
– Aqui em Rio Grande, nosso gramado é muito ruim. Então prejudicou um pouco o trabalho dele. Mesmo assim, mostrou ser diferenciado. Ele tem força física, imposição. Como lateral, foi ofensivo, se juntava sempre à turma da frente. Ele apareceu bem nas jogadas aéreas, escanteios e faltas. E é o dono da bola parada e tem qualidade na batida – atestou Marcelo Moreira, treinador do Rio Grande, que enfrentou o Inter por duas vezes na Terecierona, empatando o primeiro por 0 a 0 e perdendo o segundo por 1 a 0. – No jogo de Alvorada, era o nosso primeiro na temporada, então ele sobrou fisicamente. A questão comportamental foi interessante, porque é um jogador que esteve até fora do Brasil, vir jogar no Interior, e não acusou em nenhum momento, foi totalmente profissional, mesmo quando provocado – disse Moreira.
Internamente, há restrições a Winck no Beira-Rio. Quase um ranço. Pela postura do jogador assim que começou a se destacar no time de cima – em um Gre-Nal de 2014, com Abel Braga, quando foi a campo no segundo tempo e marcou o 2 a 0 sobre o Grêmio, em um contra-ataque puxado pro Aránguiz e por D'Alessandro – e, depois, devido a uma série de lesões musculares que atrasaram a sua ascensão no clube. Tanto é assim que ainda jovem Winck virou um trotamundo, tendo sido emprestado pelo Inter para o Hellas Verona (ITA) e para a Chapecoense. Em 2015, perdeu a vez até mesmo na seleção olímpica de Rogério Micale, quando sofreu nova lesão muscular nos treinos da equipe que estava se formando para conquistar a medalha de ouro no Rio.
– Contra nós, ele atuou como lateral ofensivo por 75 minutos. Nos últimos 15, virou volante pela direita. Demonstrou qualidade técnica e força física. A batida na bola dele fez a diferença, com um golaço de falta. Ele é jovem ainda, tem potencial para crescer – afirmou Geverton Duarte, treinador do Bagé, goleado pelo Inter por 6 a 1, e que sofreu um gol de Winck.
Em 2017, o lateral teve apenas uma chance na equipe de cima. Foi com Antônio Carlos Zago, em Criciúma, quando todo o time foi reserva na Primeira Liga. Winck atuou como lateral-direito e marcou um dos gols colorados na vitória por 3 a 1. E, ao que tudo indica, está livre das lesões. Vem sendo titular em na Terceirona e só não disputou a partida contra o Riograndense, válida pela segunda fase do torneio, porque o jogo foi cancelado.
Recentemente, o vice de futebol colorado, Roberto Melo, foi questionado sobre um possível retorno de Winck ao elenco principal do clube. O jogador, porém, ainda não foi convocado para voltar ao vestiário principal do Beira-Rio.
– Conheço muito o Cláudio Winck. Se ele continuar se destacando, poderá ter uma nova chance no principal. O Inter sempre apostou muito no Winck. Está sendo avaliado – declarou Melo.
Winck joga no time sub-23. Pelo menos até o último dia de março, ele é jogador do Inter. E, se Guto quiser, pode convocá-lo para a disputa da Série B, onde Junio não se afirmou e onde o treinador testa improvisações em busca do substituto de William.
Quem já foi lateral direito em 2017 no time titular do Inter:
William – 16 Jogos
Junio – 9 Jogos
Alemão – 6 Jogos
Ceará – 2 Jogos
Edenilson – 2 Jogos
Danilo Silva – 2 Jogos
Fabinho – 1 Jogo
Winck – 1 Jogo
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