Santa Cruz e Inter jogaram por noventa e quatro minutos o que deveria ser futebol na tarde deste sábado (17), no Recife. Os dois tempos de quarenta e cinco minutos ainda receberam os tenebrosos acréscimos de um minuto na etapa inicial e outros três na complementar. Não importa. O juiz poderia ter dado mais dois tempos completos. Poderia ter feito a partida se repetir mais oitenta e nove vezes que absolutamente nada aconteceria no Arruda.
O Inter não criou nada. Não ofereceu perigo, mal chutou a gol. Não houve uma jogada. Foram raros – raríssimos – os momentos em que conseguimos trocar três míseros passes no nosso campo de ataque. Que jogo horrível. Dá para culpar o gramado (horroroso), dá para culpar os jogadores (apáticos), dá até para culpar o Guto (pouco criativo). Culpados não faltam para a tristeza que foi esta oitava jornada de Série B.
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Em contrapartida, eles também zero fizeram. Jogavam em casa, estão mais acostumados a este infame césped e, mesmo assim, nunca chegaram a assustar Danilo Fernandes. Tentaram, vez lá que outra, alguma finalização milagrosa. Nenhum santo os atendeu. O oxo seguia marcando um placar que jamais poderia ser inaugurado.
Na parte que nos cabe, seguimos zerados por não estarmos presentes no único setor em que um time precisa aparecer: o meio campo. O elenco mais desequilibrado da história do mundo, que é o nosso, possui apenas dois meias. D'Alessandro, que não podia jogar por conta dos cartões amarelos acumulados, e Juan, jovem da base.
Depois de um primeiro tempo em que bolas de feno atravessavam o lamaçal infértil do Estádio do Arruda, Gordiola podia ter nos ajudado. Poderia ter tirado Sasha, Cirino ou Nico. Qualquer um deles, que nada fizeram, poderiam dar lugar ao nosso ÚNICO meia disponível. Não foi essa a escolha do nosso treinador. O segundo tempo foi tão podre quanto o primeiro. Pior para nós.
Agora são dois pontos conquistados em seis jogados. Deveríamos ter voltado deste passeio por sudeste e nordeste com uma mínima bagagem de pontos. Ao contrário, o Inter desembarcará em Porto Alegre com a necessidade de vencer o Paraná, na terça.
E assim seguimos: pressionados por resultados que não vêm, desesperados por atuações que inexistem.
*ZHESPORTES