Com o inquérito do STJD finalizado e apontando a utilização de e-mails adulterados por parte de advogados terceirizados e de dirigentes do Inter, os próximos passos do Tribunal da CBF serão os seguintes: o procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, receberá a conclusão dessa investigação e indicará se o caso seguirá para julgamento ou se ele será arquivado.
Segundo a investigação, o responsável pela adulteração foi o empresário do zagueiro Victor Ramos, então no Vitória, Francisco Godoy.
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Caso vá a julgamento (no Pleno do STJD, composto por nove auditores), e nos termos sugeridos pela investigação, o Inter corre o risco de ser punido (em uma situação extrema) com a exclusão da Série B, além de ficar impedido de contratar jogadores. Ou suspensão do clube por seis meses até dois anos. A Procuradoria deverá decidir por levar o caso a julgamento ou arquivá-lo até o final da semana que vem.
Há também a possibilidade de penas bem mais brandas, como multa e punições a dirigentes e a advogados terceirizados – e estão citados no inquérito do STJD o ex-presidente Vitorio Piffero, o ex-vice-jurídico Giovani Gazen, o atual vice-jurídico, Gustavo Juchem, além dos advogados do clube, Daniel Cravo, Rogério Pastl e Felipe Dallegrave.
A partir de agora, o Inter dará início a uma costura política com o presidente da CBF Marco Polo del Nero. O clube vai reiterar que jamais falsificou os documentos e espera evitar que o clube vá a julgamento.
Relembre o Caso Victor Ramos
Desde o final do ano passado, o Inter entrou na Justiça Desportiva alegando uma irregularidade na inscrição do zagueiro Victor Ramos, que foi contratado pelo Vitória junto ao Monterrey-MEX. Como estava emprestado ao Palmeiras, os clubes fizeram a transferência diretamente no Brasil, sem passar pelos trâmites burocráticos internacionais previstos pela Fifa, segundo o clube gaúcho. Isso teria beneficiado o clube baiano a acelerar sua inscrição e ter vantagens financeiras na negociação – se o Inter conseguisse caracterizar a irregularidade, o Vitória poderia perder pontos no Brasileirão do ano passado e, assim, o Inter se manteria na Série A.
O caso não foi levado adiante pela Procuradoria do STJD e, portanto, nunca foi julgado no Brasil. Desta forma, o Inter optou por entrar com um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça. Contudo, a instância máxima do esporte decidiu que não tinha competência para julgar o mérito da questão e encerrou o caso.
Durante a tentativa de abrir o caso no STJD, o Inter se utilizou de e-mails trocados entre Reynaldo Buzzoni, diretor de registros da CBF, e o Vitória para tentar indicar a má-fé do clube baiano. Contudo, a CBF alegou que os e-mails haviam sido adulterados. O STJD abriu e manteve um inquérito para investigar a veracidade dos e-mails e, com sua conclusão, pediu a punição ao clube gaúcho.
*ZHESPORTES