Penso na atitude de Rodrigo Caio no último domingo com a amargura de quem sabe que isso é um ato isolado dentro do futebol. Talvez por isso mesmo tenha causado tanta surpresa e tantas manifestações de concordância.
O que é normal, no futebol, é que os erros de arbitragem não sofram, por parte dos beneficiados, nenhum mea-culpa.
Ao contrário, são inúmeros os lances em que os os jogadores, mesmo sabendo do que realmente aconteceu, se calam ao invés de auxiliar arbitragem. Estamos acostumados a ver, também, jogadores simulando lances e tentando induzir os árbitros a cometer erros.
O que Rodrigo Caio fez, na verdade, é um ato que deveria ser comum. Vendo que o árbitro do jogo estava punindo seu adversário por algo que não havia acontecido, não hesitou em informar a verdade para evitar uma injustiça.
Caras como eu, que se criaram jogando futebol na rua, sabem do que falo. Os dois melhores escolhiam seus time e iam jogar. Quando havia alguma irregularidade, o jogo parava, e a falta era cobrada. Era comum, inclusive, o cara que cometia uma falta dizer: "Foi falta".
Essa prática simples, infelizmente, não se transferiu para o futebol profissional. Tive notícia de que parte da torcida do São Paulo está chateada com o zagueiro. Ao auxiliar a justiça, ajudou a anular um cartão que tiraria Jô jogo de volta.
Noção de justiça
Nesse caso , existe nítida critica à pessoa que foi honesta. Certamente, são os mesmos que clamam pelo final da corrupção no Brasil. A paixão futebolística parece que isenta as pessoas de agirem com bom senso e terem noção de justiça.