Luiz Carlos Winck quer decidir a vaga à final do Gauchão no Centenário. Para isso, o treinador do Caxias vê como fundamental sair do Beira-Rio às 19h deste sábado com um empate diante do Inter. Vê como uma façanha "difícil" de eliminar um time regido por D'Alessandro e prega respeito ao adversário. E não medo.
Aos 54 anos, o ex-lateral direito de Inter, Grêmio e Seleção comemora os 64,1% de aproveitamento à frente do time da Serra e a chance real de poder sonhar com uma final:
– Temos que sonhar grande. Sei que vai ser muito difícil, mas vamos trabalhar.
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Apesar da campanha do Caxias, o Inter é o favorito?
Com certeza, principalmente pela folha de pagamento. É muita distância de uma para outra, apesar do Caxias ter uma tradição muito boa no Campeonato Gaúcho.
As três vitórias nos clássicos contra o Juventude ajudam o Caxias a chegar forte nas semifinais?
Não tenha dúvida, eleva a autoestima dos jogadores, sim.
Qual o objetivo do Caxias para este primeiro jogo no Beira-Rio? Não levar gols?
Projetamos fazer um bom jogo. E é por aí, não levarmos gol. Podemos criar a situação de um empate para decidir em casa, essa é a ideia. Temos de levar o jogo a ponto de termos condições de decidir na segunda partida. Temos uma equipe muito sólida na questão de marcação e um poder de ataque muito bom. Fizemos 18 gols. É a melhor defesa e uma dos melhores ataques. Mostra um equilíbrio, e espero fazer dois grandes jogos.
Há uma diferença no Inter que vocês enfrentaram na fase de grupos para o time que vão encarar na semifinal?
O Inter cresceu, está definindo uma equipe. Passou por um processo de reformulação da Série A para a Série B. E está montando um time para isso. A pré-temporada colorada foi mais curta em relação os clubes do Interior. Houve um crescimento, sim, e tem que ser respeitado. Vamos para os dois jogos respeitando o adversário. Não podemos ter medo.
E seria a sua primeira conquista de um título estadual como técnico. Exatamente. Para mim seria fundamental um título de primeira divisão. Serviria para solidificar a minha carreira.
Você trabalhou muito na reconstrução desse grupo. O orgulho acaba sendo maior com essa campanha?
Eu dou muito mérito para a direção e meus atletas. Temos feito um trabalho de reconstrução, pois havia uma dívida muito alta e reduzimos mais de 50%, honrando todos os rendimentos. A torcida também abraçou. Junto com a direção, conseguimos ter 90% de acerto. Participei de todas as contratações junto com a direção. E uma coisa que eu gosto de falar é que temos um ambiente familiar que ajuda muito na campanha. Tem sido determinante até aqui.
O que mais preocupa você no time do Inter?
A volta do D'Alessandro. Ele é, tecnicamente, o melhor jogador que o Inter tem. O time está ajustado. E uma torcida que eu aprendi a respeitar. Devo tudo ao Inter, mas hoje estou no Caxias.
O restropecto do Caxias é bom contra a dupla Gre-Nal (2 a 1 sobre o Grêmio no Centenário e 1 a 1 diante do Inter no Beira-Rio).
Isso nos credita para sonharmos, se não sonharmos grande... Temos que sonhar grande. Sei que vai ser muito difícil, mas vamos trabalhar em cima.
Você já conversou com a direção? Ficará no clube após o Gauchão? Chegou alguma proposta?
Meu contrato é até o final do campeonato. Eu me sinto muito honrado de estar no Caxias. Mas não tem nada definido. Sobre as propostas, tem algumas coisas, mas eu tenho pensado muito no Caxias. Acho que tudo acontece no momento certo. Como atleta, consegui atingir o máximo. Como técnico, vou buscando degrau por degrau.
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