A maré de azar do Inter parece não ter fim. Desde o rebaixamento, passando pelo enorme déficit projetado para a temporada, a perda de mando de campo, o novo encontro com o Corinthians na Copa do Brasil, a fratura no dedo de Danilo Fernandes, a mancha deixada pelo STJD e a acusação de falsificação de documentos, culminando com a derrota na Suíça, na manhã dessa quinta-feira, com a declaração do CAS sobre não ser o fórum competente para julgar o "Caso Victor Ramos" – e ainda ter de pagar R$ 215 mil pelos custos do processo. Pois, a partir de agora, nos bastidores do Beira-Rio, há o entendimento que é hora de sentar e conversar com a CBF.
Leia mais:
Entenda por que Lausanne é conhecida como a "capital olímpica"
Decisão da CAS de suspender a audiência do Caso Victor Ramos surpreende especialistas
CAS diz que não tem competência e encerra Caso Victor Ramos
Com o fim do Caso Victor Ramos, definitivamente arquivado, os advogados do Inter ainda seguirão lutando para provar no STJD que não falsificaram os documentos que indicavam o zagueiro do Vitória como inscrito de forma irregular no Brasileirão – como a Procuradoria do Tribunal acusa. O próximo ato deverá ser o seguinte: o STJD será complacente com o drama vivido pelo Inter (rebaixado e derrotado nos tribunais) e punirá o responsável por passar a documentação ao Inter, e não os advogados colorados, tampouco o clube – como era previsto inicialmente em caso de derrota. Ainda que nesta quinta-feira haja um novo julgamento no Pleno do STJD a um recurso do Inter, no qual os advogados do clube pedem acesso ao processo sobre a suposta falsificação de documentos. Tudo indica que, em questão de semanas, "Victor Ramos" ficará no passado.
A partir de agora, a direção colorada deverá procurar muitos de seus notáveis (até mesmo figuras públicas, não necessariamente ligadas ao futebol), com acesso a Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, para buscar um encontro de paz com a Confederação. Algo parecido com o que ocorreu em 2005, quando o Inter (através de um torcedor, que ingressou na Justiça Comum, tentando reverter o cancelamento de 11 jogos apitados pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho) parou de brigar com a entidade e com o STJD, jogou a Libertadores e, ao final de 2006, acabou derrubando o Barcelona no Mundial.
Algo bem parecido está por acontecer agora. O Inter buscou o seu direito e perdeu. Nos bastidores, se comenta que o clube tinha razão, mas que a CBF teria se beneficiado de um erro processual do clube (que deveria ter ido ao CAS recorrendo como terceiro interessado à derrota do Bahia no caso Victor Ramos, em dezembro, quando o Tribunal suíço teria condições de julgar o imbróglio) para escapar do seu próprio erro ao aceitar a inscrição irregular do zagueiro.
O Inter quer disputar em paz a Série B, sem temer prejuízos em campo ou no Tribunal.
*ZHESPORTES