É sempre assim. Quando o Inter está bem, com a vitória na mão, ele aparece para surpreender. Nesta noite chuvosa na Arena, foi com um improvável chute de Fernandinho de fora da área. Antônio Carlos Zago mexeu bem no intervalo, colocou seu jogador de confiança e encaminhava uma grande virada. Roberson, imaginem só, estava se consagrando.
Mas clássico é clássico, há que se respeitar. É por essas e por outras que o empate se transformou no maior rival do Internacional. Em 10 Gre-Nais desde a inauguração da Arena, ele apareceu sete vezes, contra duas vitórias do Grêmio e uma do Colorado. Ele é sorrateiro, arrefece os ânimos de ambas as partes e manda todos para casa de certa forma satisfeitos.
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Ainda em formação, a equipe de Zago mostrou algumas virtudes interessantes no Gre-Nal 412. Há jogadas pela esquerda, bola no chão e alternativas para reverter situações adversas. Acabou o pavor. Zago, aos poucos, imprime seu estilo de jogar, sem se amedrontar e com coesão. Não há dúvidas de que as entradas de Victor Cuesta e William Pottker vão fortalecer o time. É preciso dar um bom crédito ao nosso treinador e também à direção. Quem apostaria no Inter esta noite?
Depois de um primeiro tempo confuso e truncado, Zago soube enxergar a partida e mandou a campo Roberson e Nico López, que mudaram a cara do clássico. O treinador não aparenta ser teimoso. Pelo contrário. E isso é louvável. Uma pena que tenha sido traído por esse insistente adversário. Vamos em frente, Zago, porque de empate estamos saturados.