Em uma entrevista coletiva na área Vip do Beira-Rio, na manhã desta sexta-feira, o presidente Marcelo Medeiros apresentou o projeto financeiro do Inter em 2017. Acompanhado dos diretores financeiros Giovane Zanardo e Leandro Bergmann, o dirigente expôs a realidade de caixa no Beira-Rio.
Ao assumir o clube, em 3 de janeiro, a atual gestão herdou uma dívida de R$ 25,5 milhões – com um déficit de R$ 27,5 milhões em 2016. O Inter devia para jogadores e fornecedores. Além disso, Medeiros se deparou com a obrigação de pagar R$ 44 milhões ao Banrisul, devido ao empréstimo tomado pela gestão Piffero. Uma renegociação foi feita com o banco e o Inter o quitará em esse débito em 22 vezes. Em média, o clube vem pagando R$ 3,5 milhões mensais em dívidas bancárias. Assim, hoje, o empréstimo do Banrisul custa ao Inter R$ 77 milhões – devido a taxas e ao serviço bancário. O clube ainda tentará renegociar novos prazos. Com essas dívidas e a necessidade de renegociar com instituições bancárias, o déficit do Inter em 2017 baterá um recorde histórico: R$ 58 milhões.
– Esses números são extremamente emblemáticos. Recebemos o clube com R$ 25 milhões em contas atrasadas. Mas isso nãos nos surpreendeu. Por sorte, o Inter é muito grande, tem uma torcida fiel e um patrimônio que causa inveja a todos os clubes do país. Vamos nos recuperar – disse Medeiros.
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A projeção de faturamento do clube em 2017 é de R$ 262.557 milhões – mais R$ 15 milhões em vendas de jogadores, rubrica que dessa vez não foi incluída no planejamento orçamentário, devido aos erros de anos anteriores, com projeções não cumpridas.
A folha do futebol colorado está em R$ 7 milhões ao mês. As contas da gestão Piffero serão votadas pelo Conselho Deliberativo em 17 de abril.
– A situação é a mais grave da história. Jamais jogamos a Segunda Divisão. E isso graças ao desempenho constrangedor do segundo semestre de 2016. Folha subiu, sim. Porque a folha do ano passado nos rebaixou – afirmou Marcelo Medeiros.
Apresentação de números
Inter projeta déficit histórico de R$ 58 milhões herdado da gestão Piffero
Há, ainda, dívida com Banrisul feita pela direção anterior que foi renegociada por Medeiros, somando um total de R$ 77 milhões
Leandro Behs
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