A Corte Arbitral do Esporte (CAS) atendeu o pedido do Inter e marcou o julgamento do Caso Victor Ramos para o dia 4 de abril, bem antes do início do Brasileirão, nas Séries A e B, e no dia em que o Inter cumprirá 108 anos de vida.
Se conseguir fazer com que o Vitória seja punido e perca pontos pela escalação irregular do zagueiro durante o Brasileirão do ano passado, o Inter pode deixar a zona do rebaixamento do campeonato do ano passado e jogar a Série A em 2017 – mexendo no calendário das Séries A e B.
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A CBF marcou a rodada de abertura da Série B com data base para o dia 13 de maio – o Inter está programado para enfrentar o Londrina no Paraná. O Brasileirão tem data base da primeira rodada programada para 14 de maio. O Vitória enfrenta o Avaí em Santa Catarina.
– Se a lei for cumprida, o Inter joga a Série A. Não queremos bagunçar o calendário nem o campeonato. É um assunto que deveria ser resolvido antes – avalia o vice-presidente jurídico do Inter, Gustavo Juchem.
Nos bastidores, porém, não se descarta a seguinte possibilidade: o Inter com ganho de causa na Suíça – com as alegações de "falsificação de documentos" para provar a inscrição irregular o zagueiro do clube baiano –, punições pecuniárias à CBF e ao Vitória, mas a manutenção do calendário brasileiro, uma vez que iria contra as regras do Estatuto do Torcedor – que obriga a CBF a divulgar as datas de suas competições com antecedência.
O caso é inédito e, portanto, não há jurisprudência no Tribunal. O CAS é o último recurso arbitral do esporte. Assim, não há possibilidade de qualquer uma das partes recorrer à decisão que for anunciada na audiência de 4 de abril – o veredito não necessariamente será pronunciado nesse dia.
Relembre o Caso Victor Ramos
Desde o final do ano passado, o Inter entrou na Justiça Desportiva alegando uma irregularidade na inscrição do zagueiro Victor Ramos, que foi contratado pelo Vitória junto ao Monterrey-MEX.
Como estava emprestado ao Palmeiras, os clubes trataram diretamente no Brasil, sem passar pelos trâmites burocráticos internacionais previstos pela Fifa, segundo o clube gaúcho.
Isso teria beneficiado o clube baiano a acelerar sua inscrição e ter vantagens financeiras na negociação. O caso não foi levado adiante pela Procuradoria do STJD e, portanto, nunca foi julgado.
*ZHESPORTES