O interesse do Inter no atacante Marcelo Cirino esbarra em uma negociação complicada que envolve Flamengo, Atlético-PR e o grupo Doyen. Os direitos econômicos do jogador estão divididos entre as partes – 50% para o clube paranaense e 50% para os investidores, que repassaram o atacante ao Flamengo. Ele tem contrato de empréstimo com os cariocas até dezembro de 2017, enquanto tem vínculo definitivo com o Atlético até o fim de 2019.
A ideia da direção colorada é ter Cirino por pelo menos dois anos. Para isso, seria necessário ajustar o acordo com o Flamengo, mas também buscar um acerto com o Atlético-PR pelo ano de 2018. Mário Celso Petraglia, ex-presidente do clube paranaense e atual presidente do Conselho Deliberativo, explicou o caso em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha.
Leia mais:
Marcelo Cirino é contratação de risco, avalia jornalista carioca
Inter ainda quer Cirino e cogita incluir um jogador no negócio
Flamengo quer "dividir investimento" para liberar Cirino e descarta troca
– Nós também gostaríamos de vender um pedaço do Cirino para o Inter, porque lamentavelmente, nestes últimos dois anos, o jogador se desvalorizou ao estar lá no Flamengo. O Inter quer pelo menos dois anos de contrato com o jogador. Teremos nossos 50% presos por mais um ano. Nosso contrato com o Flamengo e com o fundo vai até o final de 2017. Depois, o jogador volta ao Atlético-PR e teríamos o vínculo. O Inter quer até o final de 2018. Isso tem um custo, tem um valor.
Petraglia disse que conversou na noite de sábado com Roberto Melo, vice de futebol do Inter. O dirigente colorado teria se comprometido a ajustar outras partes do negócio para finalizar o acordo com o Atlético.
– Negociamos com o Flamengo esta posição. Quando entrou o Inter para formaizarmos o contrato, não houve acordo. Roberto (Melo) me ligou querendo saber nossa posição, ficou de internamente resolver e nos dar um retorno. A situçaõ é esta porque a negociação teve muito ruído. Acredito que, com bom senso, se chegue a um acordo. O que importa é recuperar o jogador. Há essa possibilidade de fazê-lo no Internacional – completou.
Marcelo Cirino está emprestado ao Flamengo desde 2015. O acordo prevê que o clube carioca deveria pagar R$ 2 milhões por ano ao Atlético-PR pelo empréstimo. Se conseguisse vender o jogador, o Flamengo poderia ceder 3,5 milhões de euros aos paranaenses e ficar com o restante do valor na parceria com a Doyen. Se a venda não fosse efetivada, o Flamengo teria que comprar Cirino com recursos próprios pelos 3,5 milhões de euros combinados.