Foram apenas cinco jogos. Mas já se ouve muxoxos da torcida e uma inquietação no contexto colorado em relação ao trabalho de Antônio Carlos Zago. O que tenho para dizer a todos sobre isso se resume a uma palavra: paciência. Na verdade, duas: muita paciência.
Já escrevi aqui neste espaço e repeti no Sala de Domingo e em outros espaços que ocupei na Rádio Gaúcha que Zago não está reconstruindo o time do Inter. Ele está construindo. O técnico herdou um abacaxi cultivado com uma quantidade interminável de erros da gestão anterior. A semente de um Inter errante foi plantada quando o clube buscou Argel. Em quase um ano no clube, ele teve alguns resultados, e isso ninguém pode tirar dele. Mas não deixou nenhuma ideia de futebol como herança. Quem veio depois dele se debateu no mar profundo sem boia. Afogou-se, é claro, sem evitar o afundamento do time para a Série B.
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Agora, cabe a Zago montar o time. Quem ficou ou está na lista de alvos da torcida ou precisa se recuperar de 2016. A eles se juntaram caras novas, que foram chegando aos poucos – na semana, passada, foi Carlos, na anterior, Carlinhos.
A criação de um time é um processo um tanto longo. Em cinco dias, só se o técnico for mágico. É preciso implantar uma ideia de futebol. Depois, perceber quais os jogadores que se encaixam nela, testar alternativas. Feito isso, parte-se para a etapa final, que é azeitar essa engrenagem. Zago parece estar na fase 2. E leva tempo até a fase 3. Uma noticia boa para os colorados é que todo esse processo acaba antes de maio. Que é quando começa a Série B, a competição que realmente importa no ano colorado. Um ano em que será preciso muita paciência.