– Não adianta fazer cálculo nenhum se não tivermos a felicidade de termos um bom resultado contra a Ponte Preta.
A frase acima, definitiva, é do técnico do Inter, Celso Roth. E ele tem razão. Um tropeço na noite desta quinta-feira, no Beira-Rio, contra a Ponte Preta, deixará o clube à beira da inevitável segunda divisão. Hoje, o Inter é um dos inquilinos do Z-4. Tem 38 pontos, um a menos do que o Vitória, o primeiro dos não rebaixados, e adversário direto dos colorados na briga contra o descenso. Uma hora e meia antes de o Inter ir a campo, o Vitória de Argel Fucks enfrentará o Santos, na Vila Belmiro. Como o Santos ainda tem esperança de ser campeão, será um duro adversário para os baianos. E esta surge coimo a melhor chance de o Inter passar o Vitória, porque, daqui até o fim, a tabela colorada é feita somente de clássicos.
Zero Hora elenca sete motivos para acreditar no Inter na noite deste 17 de novembro de 2016:
O goleador voltou
Vitinho dificilmente terá condições de jogo para 90 minutos. As duas semanas de molho, devido a dores musculares em ambas as pernas, cobrarão o seu preço. Mas Vitinho jogará e ele é o goleador do Inter no Brasileirão – com apenas oito gols, é verdade – e ainda conta com a mística de marcar gols salvadores para o clube na reta final do campeonato, como ocorreu em 2015. Em caso de desespero, no banco ainda estarão Nico López e Ariel.
– Espero que a equipe toda encare o jogo como um jogo em que temos de vencer. De qualquer jeito – disse Vitinho.
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Torcida é família
A temporada 2016 poderá entrar para a história do Inter como mais uma daquelas em que o clube levou um baita susto, mas sobreviveu. Poderá, desde que o Inter volte a vencer. Em 1999, o meia Claiton era titular na épica vitória sobre o Palmeiras de Felipão, jogo no qual a derrota encaminharia o Inter para a Série B.
– Se há algo positivo em um drama como esse, é que a torcida será 100% a favor, e irá ao Beira-Rio disposta a perdoar qualquer erro. A torcida será aquela mãe, aquele pai, que estará lá para salvar o filho – afirmou Claiton. – É uma partida para ser disputada com o coração, não com tática. É jogo de erro zero e de pressão pessoal mais forte que a pressão da arquibancada. E, mais uma coisa: que o Inter encare a Ponte como se fosse um clássico – advertiu Claiton.
Para impedir o fim
Fernando Carvalho se define como "realista". O vice de futebol avisa os torcedores: mesmo que o Inter vença a Ponte Preta, o drama colorado em 2016 ainda estará longe do fim:
– Vencer a Ponte representará o passaporte do Inter para seguir postulando a permanência na primeira divisão. Não gosto de comparar jogos com o Mundial, com a Libertadores, mas teremos pela frente um adversário muito bom. Sei como será a repercussão em caso de resultado positivo ou negativo. Não se enganem, teremos de jogar muito para ganhar. Esses quase 15 dias na zona de rebaixamento nos mobilizaram muito.
Série A é título
Colorado, você já se imaginou vendo o time jogar em 2017 no Estádio Municipal Passo das Emas, o campo da Luverdense, em vez de atuar no Maracanã, no Mineirão ou em outro grande palco Brasil afora? Pois bem, para que esse patrimônio seja mantido, é preciso vencer a Ponte Preta. E, nesse Brasileirão, o Beira-Rio rugiu baixinho – ou o time não escutou. O aproveitamento do Inter em casa é de apenas 54,9%. Em 17 jogos, venceu oito, perdeu cinco – um deles para o Vitória – e empatou quatro – um deles com o Santa Cruz. Depois de enfrentar a Ponte, o Inter terá apenas mais um jogo em casa: contra o Cruzeiro.
Danilo Fernandes
Neste confuso Inter de 2016, um jogador transmite paz de espírito ao torcedor: Danilo Fernandes. Talvez Danilo ainda entre para a história do clube com grandes conquistas, como Manga, Benitez, Fernández e Clemer, mas, no momento, tudo o que os colorados desejam é que o barbudo da camisa 1 feche o gol – como fez na partida contra o Coritiba, quando defendeu um pênalti no segundo tempo e adiou uma vez mais o caos no Beira-Rio.
STJD não afetará o time
Horas antes da decisão contra a Ponte Preta, Valdívia será julgado no STJD. Mesmo que condenado, estará em campo à noite, uma vez que possíveis suspensões passam a valer no dia seguinte à sessão. O camisa 29 do Inter foi denunciado por "conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva", ao referir após Inter 1x0 Coritiba que cavou o pênalti.
– Eu ia cabecear, mas como vi que a bola ia passar, aí o cara deu a carga em cima e me joguei – disse Valdívia, logo na saída de campo.
Em caso de punição, o jogador poderá pegar até seis partidas de suspensão.
– Essa denúncia é absurda. Vamos ao Tribunal buscar a absolvição do Valdívia. Ele disse aquilo na ingenuidade. Se não caísse, se machucaria – defendeu o vice jurídico do Inter, Giovani Gazen.
Mesmo que seja punido, Valdívia estará em campo.
Ponte Preta atingiu a meta do ano
Com 45 pontos, e sem risco matemático de descenso, a Ponte Preta busca agora um recorde particular no Brasileirão dos pontos corridos: chegar aos 51 pontos – como ocorreu em 2015.
– Apesar do discurso, a Ponte ninguém pensa em Libertadores. O clube quer se garantir na Sul-Americana, marcar ao menos mais seis pontos e terminar bem o ano – comentou Paulo Santana, repórter do jornal Correio Popular, de Campinas. – O time perdeu o foco na reta final, principalmente depois que escapou do rebaixamento. A Ponte tem sido a assim nos últimos anos: o time larga o campeonato depois de atingir determinada meta. A desse ano, era não cair – emendou o jornalista.
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