A temporada 2016 fez a curva do calendário e apontou na reta final. O Inter ainda não sabe qual será o seu futuro em 2017: se a morada tradicional, na elite nacional, ou as trevas da Série B. Em um ano sui generis, o clube foi da conquista do hexacampeonato estadual, no primeiro semestre, ao caos do Z-4, a partir de agosto. A base do ano passado havia sido mantida. Mas a torcida não esperava que D'Alessandro pedisse para voltar ao River Plate, o que aconteceu em fevereiro.
É bem verdade que não se acha um camisa 10 a toda hora. E o Inter foi ao mercado. Buscou mais de um time, 14 jogadores, para atravessar o ano com uma folha salarial que gira em torno de R$ 6 milhões mensais. Aprovado mesmo, apenas Danilo Fernandes. Os demais estão entre reforços que ainda têm algo a provar, escanteados, incógnitas e há quem já nem esteja mais no clube.
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Para o comentarista da Rádio Gaúcha e do Diário Gaúcho, Adroaldo Guerra Filho, pouco sobrou dos reforços colorados para a temporada atual.
– O Inter contratou jogadores errados para os lugares errados. Precisava de um armador, trouxe quatro volantes (Fernando Bob, Fabinho, Anselmo e Eduardo Henrique). Precisava de um goleador, trouxe dois jogadores que não sabem fazer gols: Ariel e Brenner. E Marcelo Lomba? Para quê? Ele sequer podia ser inscrito na Copa do Brasil, pois já havia atuado pelo Bahia. Aprovado mesmo, apenas o Danilo Fernandes. E o Ceará não foi mal – analisa Guerrinha.
– O Inter conseguiu uma coisa inédita em 2016: contratou reforços e não se sabe se eles serão reforços um dia ou se apenas investimentos malsucedidos. Na época, pareceram boas contratações. Mas por que digo isso? Porque simplesmente esses reforços não jogam – dispara Wianey Carlet, comentarista da Rádio Gaúcha e do jornal Zero Hora.
Vice de futebol do Inter até 31 de julho – quando o presidente Vitorio Piffero passou a acumular esse cargo –, Carlos Pellegrini defende as contratações (apenas Ceará e Eduardo Henrique foram buscados após a sua saída). Entende que os reforços não tiveram tempo de adaptação, devido à urgência gerada pelos maus resultados do time.
– Nico López, Seijas, Anselmo, que foi criticado no começo do trabalho, Danilo Fernandes... Todos precisam de tempo para se adaptar. Danilo é o melhor exemplo. Entrou no lugar do nosso goleiro de Seleção Brasileira e ninguém sentiu a falta do Alisson. Alguns, porém, não foram bem aproveitados no momento oportuno. Não há dúvida que são reforços de expressão. Nico ainda sequer teve tempo. Seijas vem sendo subaproveitado – justifica Pellegrini.
O ex-vice alega ainda que, sem uma grande competição a disputar no primeiro semestre, foi decisão do clube direcionar os "poucos" recursos em reforços para o segundo semestre.
– Nas condições financeiras que tínhamos, trouxemos as peças corretas para segundo semestre. No primeiro semestre, não tínhamos a Libertadores para jogar, apenas o Gauchão e a Primeira Liga, e não tínhamos dinheiro para contratar – comenta Carlos Pellegrini.
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