Não acredito que a permanência de Argel no Inter dependa de uma vitória, neste domingo, em Recife. A entrevista que o treinador concedeu na sexta-feira revela com clareza que Argel chegou ao limite da sua tolerância.
Ao dizer que os reforços demoraram para chegar, apenas fez referência à indiferença da imprensa para este fato da maior relevância e, principalmente para o silêncio dos dirigentes que são os grandes responsáveis pela chegada tardia de reforços.
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Já caminha o mês de julho e recém agora vai estrear o centroavante Ariel. Seijas disputou apenas dois jogos e Valdívia ainda recupera forma física. Se eu fosse o Argel, já teria decidido deixar o Beira-Rio.
O presidente do clube ainda não disse uma só palavra após o Gre-Nal. E o vice-presidente de futebol apenas acenou com uma reunião de avaliação, mas não teve uma única palavra em favor do treinador. Por este conjunto de fatos, estou certo de que Argel vai sair.
Vai demorar
Chega ser cretinice alardear que a permanência de Argel depende do resultado de domingo. É preciso ser muito neófito em futebol para desconhecer que um time precisa de muitos jogos e tempo para se consolidar como equipe. O Inter, se vencer, será pelo trabalho individual dos jogadores. Conjunto afinado o Inter ainda não tem.
Quanto tempo Ariel e Seijas precisariam para se adaptar ao time e este aos dois jogadores?
Argel diz que, se sair do Inter, estará trabalhando em uma semana. É privilégio que não tem quem trafega no futebol já faz muito tempo, precisa engolir carregamentos infindáveis de baboseiras e só tem duas saídas: aguentar o tranco e seguir em frente ou pendurar as chuteiras.
Time vulnerável
Até a vovó que tece mantas para os netinhos sabe que o Inter não tem um lateral-esquerdo confiável e que ainda não providenciou a contratação de um meia-armador para o lugar de D'Alessandro.
Sem contar que apenas agora entregou para Argel um centroavante. O time do Inter é vulnerável e a responsabilidade é inteira é dos homens que dirigem o clube. Mesmo assim, os cartolas estão quietos enquanto permitem que se especule a demissão do treinador.