Ex-companheiros da década de 70 no Inter, Valdomiro e Carpegiani lamentaram a morte de Vacaria neste sábado. O ex-ponteiro Valdomiro Vaz Franco, 69 anos, conviveu com Vacaria durante toda a trajetória do ex-lateral pelo Inter e recentemente voltaram a trabalhar juntos com atividades consulares.
_ Ele era aqui daqui pertinho, de Urussanga (Valdomiro mora em Criciúma). Tínhamos uma amizade muito grande, e a tristeza é grande. Perdemos mais um guerreiro.
Valdomiro recorda com saudades de brincadeiras na concentração, como a mania que o ex-lateral tinha de esconder os chinelos dos colegas. Valdomiro conta que Vacaria tinha fama de distraído e, certa vez, não entendeu a senha para sair da área e deixar os atacantes adversários em impedimento.
_ A gente ganhava de 5 a 0 da Desportiva, em Vitória. Veio uma bola, e o Manga gritou "curió". Todos entenderam e avançaram, mas o Vacaria ficou parado. Tomamos o gol. O pessoal reclamou e ele respondeu: ah, pensei que era outro passarinho.
Paulo César Carpegiani, 67 anos, também lamentou mais uma morte de ex-companheiros do grande Inter dos anos 1970 – lembrando Escurinho e Caçapava.
_ Estou sem palavras. Além de um grande jogador Vacaria era uma grande amigo, uma pessoa extrovertida e amável, dentro e fora do campo.
O meia João Batista da Silva, 61 anos, era do infanto-juvenil do Inter quando conheceu Vacaria e lembra que, apesar de parecer uma pessoa de fisionomia fechada, era muito divertido.
_ Gostava muito de estar com o grupo, sempre brincando com a garotada com tiradas engraçadas.
Batista conta que, toda semana, o time treinava forte com o preparador físico Gilberto Tim, que os fazia correr pelo Parque Saint Hilaire, deixando os atletas extenuados.
_ Certa vez quando a gente voltava do treino, ele entrou no vestiário, passou por uma capelinha, onde os jogadores paravam para rezar e falou para a santa: me desculpe, mas hoje eu só vou balançar a cabeça porque não tenho força sequer para levantar os braços e fazer o sinal da cruz.
O velório de Vacaria começa às 18h deste sábado, no Cemitério Ecumênico de São Leopoldo (Av. Theodomiro Porto da Fonseca, 3249), e o sepultamento será no mesmo local, às 16h deste domingo.