Viu-se no domingo como será complicado o processo de "desargelização" que Falcão tenta liderar no Inter. Há hábitos enraizados no time, difíceis de serem eliminados especialmente diante da urgência por resultados.
O mais evidente é a insistência demasiada pelos lados do campo. Andrigo, escalado como um segundo atacante – e depois substituído por Valdívia – pouco rendeu. Quem ocupa essa função no 4-4-2 de Falcão é fundamental para que o Inter ataque, também, pelo meio.
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A ideia de escalar um meia lá na frente é que ele vai recuar para buscar a bola. Com isso, aparece às costas dos volantes como boa opção de passe. Mas tanto Andrigo quanto Valdívia se deslocaram mais na direção dos flancos, agravando o problema colorado.
O festival de cruzamentos persistiu na estreia de Falcão: foram incríveis 37 – com Argel, o Inter, que é campeão nessa estatística no Brasileirão, só teve número superior a esse em dois jogos. Enquanto isso, Andrigo e Valdívia pouco participaram do jogo. O primeiro completou apenas 12 passes em 45 minutos. Valdívia ainda menos, com 10. Até Sasha e Ferrareis, de atuações pouco inspiradas, apareceram mais. O camisa 9 acertou 35 passes, ou seja, uma média de 17,5 por tempo. Ferrareis completou 33, média de 16,5 por tempo.
Falcão quer um time que faça a bola circular e jogue com passes curtos. Só conseguirá se a equipe for menos previsível, utilizando todas as regiões do campo – incluindo o meio. Para cumprir seu objetivo, precisa fazer com que seu meia principal, que é escalado mais à frente, entenda como deve se movimentar. Será que há tempo suficiente para isso?
* ZH Esportes