Foi extremamente infeliz o vice-presidente de futebol do Grêmio, César Pacheco, ao declarar na noite de segunda-feira, à Rádio Gaúcha, que veio uma ordem para uma entrada criminosa no atacante Miller Bolaños. Foi extremamente infeliz o vice-presidente de futebol do Inter, Carlos Pellegrini, ao declarar, logo após o Gre-Nal do último domingo, que o volante Maicon deveria ir direto para a delegacia depois de um lance violento contra Rodrigo Dourado.
Analisem bem o que disseram os homens que estão dentro dos vestiários colorados e tricolores, em contato direto com os jogadores:
– Imagino de onde veio essa ordem para a entrada criminosa no Bolaños. A gente sabe como funciona. São pessoas que recebem elogios. Mas conhecemos o futebol e sabemos de onde vêm essas coisas – palavras de Pacheco.
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– O lance do William faz parte do jogo, não teve a intenção de lesionar. Já, ao contrário, o lance do Maicon com o Dourado, tinha que sair direito para a delegacia. Entrou visivelmente para quebrar a perna – poetizou Pellegrini.
Pacheco, a ordem veio de quem? O senhor está acusando dezenas de pessoas que trabalham sério dentro do Internacional e está contestando o caráter de muita gente com uma afirmação leviana como esta.
Pellegrini, o senhor está comparando o volante Maicon a um criminoso ao sugerir que ele deveria ir para uma delegacia depois de um lance de jogo. Em que mundo os senhores vivem?
Enquanto uma parcela significativa da sociedade gaúcha faz o possível para amenizar a violência no futebol e buscar um ambiente pacífico, especialmente em clássicos, os senhores disparam acusações e palavras que estimulam o ódio de gremistas contra colorados, colorados contra gremistas. Logo os senhores, que são, depois dos presidentes dos dois clubes, as pessoas com maior responsabilidade aqui na província.
Os discursos inflamados do lado azul e do lado vermelho ultrapassam as paredes da Arena e do Beira-Rio e invadem o imaginário popular. Ontem eu ouvi várias pessoas falando que “essa bagaceirada do Inter” deveria ser presa. Fala sério!
São atitudes como a de Pellegrini e Pacheco que mostram como ainda estamos longe de uma cultura verdadeiramente pacífica no futebol. Depois, é fácil dizer que a culpa dos conflitos é das torcidas organizadas. Enquanto tivermos dirigentes com este nível e sem serenidade para lidar com episódios tensos, seguiremos remando contra a maré.
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