A última grande obra de Alisson foi a intervenção na conclusão de Tiago Luís a quatro metros, no empate em 0 a 0 com a Chapecoense. Aos 8 minutos do segundo tempo, o atacante avançou sozinho com a bola dominada desde a intermediária.
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Alisson estava adiantado. Teve de recuar quando viu a aproximação de Tiago. Não daria tempo de sair e abafar o lance. E poderia ser encoberto. O goleiro recuou então até a linha da pequena área. Tiago Luís passou da marca do pênalti, e ali se definiu o lance. Alisson saltou com um tempo de reação suficiente para desviar o chute desferido à meia altura.
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Na saída de campo, com o empate frustrante em casa, os elogios se voltaram ao goleiro de 22 anos e 1m93cm. Embevecido, ele comentou com amigos.
- Essa (defesa) foi uma das mais difíceis - disse.
Treinador de goleiros do Inter, Daniel Pavan considera esse o exemplo mais bem acabado da atual fase de Alisson.
Foto: Diego Vara
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- Treinamos muito o tempo certo de reação. Goleiro não precisa adivinhar a decisão do atacante. Tem de aguardar até o último momento a conclusão dele, com os dois pés no chão. Depois, sim, usa agilidade e velocidade - ensinou Pavan.
Outro aspecto do lance tem a ver com o posicionamento. Com a redução das ações de jogo à zona central de campo, o goleiro se tornou uma espécie de líbero. Para isso, tem de saber trabalhar com os pés:
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- O Alisson já tem excelente reposição, a gente vê que ele facilita o contra-ataque. Agora, está incluindo no repertório a saída de bola. Hoje, o goleiro tem de ser completo.
Por tudo isso, é ele a estrela do time do Inter deste Gre-Nal, com as luvas Nike verde-limão, tamanho 10.
O treinador já tentou o futebol
Foto: Júlio Cordeiro
Principal treinador de goleiros do Inter, Daniel Pavan desistiu de seguir a carreira no meio do caminho. Até tentou com suas defesas fazer uma sequência na base do Inter e chegou ao juvenil. Mas percebeu que não iria longe. Tomou coragem e decidiu tomar outro rumo. Estudou Educação Física, formou-se e recomeçou a vida.
Fez estágio no Beira-Rio, galgou postos, e chega aos 41 anos como o treinador de goleiros encarregado do desempenho de Alisson, Muriel e Dida. É ele o maior incentivador da velha rotina dos goleiros no clube, que é chegar uma hora antes do expediente e deixar o trabalho quando bater a exaustão.
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"Convocação de goleiro para a Seleção é cargo de confiança. Depende muito do técnico. É claro que o Alisson está em fase excepcional. Apresenta méritos de sobra."
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