Da proximidade a um título continental, o Inter passou em poucas semanas a um time eliminado na semifinal da Libertadores e goleado no clássico Gre-Nal 407. Os colunistas Diogo Olivier, David Coimbra e Luiz Zini Pires, além de Marcelo Gonzatto, integrante do blog Torcedor Colorado ZH, analisam os responsáveis pelo mau momento da equipe.
Confira:
Diogo Olivier, colunista de ZH
Futebol é um esporte coletivo. Então não há um culpado só. Mas entendo que a direção caprichou nos erros de gestão no futebol, sem planejamento e convicção. Se não queria um técnico ofensivo, porque trouxe Diego Aguirre? Direção e treinador tem de estar fechados, sem fogo amigo. Outra: trazer jogadores caros sem condições de pagá-los é gol contra. Juan revelou que houve atraso de salário durante a Libertadores. E, por fim: demitir técnico a 72 horas de um Gre-Nal sem ter um nome para o lugar foi de cinema. O Inter tentou criar um fato novo sem saber que era o fato novo, quase que desprezando a importância do treinador no futebol.
David Coimbra, colunista de ZH
Levar 5 a 0 da Chapecoense é acidente, levar 5 a 0 no Gre-Nal é desastre. Porque, no Gre-Nal, em teses, todos os sentidos estão em alerta. O Inter sofreu um desastre e desastres não têm uma única causa. São várias:
1. O Inter cometeu em 2015 o mesmo erro de 2010: a priorização absoluta de uma competição, excluindo todas as demais, com semanas de antecedência. Isso nunca é bom. Primeiro porque tensiona demais o time, segundo porque jogador de futebol tem que jogar.
2. O Inter está claramente em fim de ciclo, como o Grêmio do Gre-Nal de 5 a 2, 18 anos atrás.
3. A tentativa de remotivação do grupo com a demissão de Aguirre não funcionou. Não era uma tentativa válida, mas, como disse Piffero, a tentativa só é válida se funciona.
4. Obviamente, a união e a compreensão dos jogadores do Grêmio de como têm de se comportar em campo. O Grêmio, hoje, é muito superior.
5. Etcétera, sobretudo etcétera.
Luiz Zini Pires, colunista de ZH
O problema passa pela sala da presidência, entra no departamento de futebol e chega ao vestiário. Não começa no topo. Não se encerra nos funcionários. Nos momentos de crise, o pecado é geral. O momento é de reflexão.
Em três semanas a vida do Inter mudou. Poderia ter sido tri da Libertadores. Acordou com a goleada no Gre-Nal. A direção considerou os sete meses de 2015 péssimos. Demitiu o treinador. Não encontrou uma solução imediata. Deixou um vestiário descontente, em pedaços, com jogadores desmobilizados, reclamando de salários atrasados e carentes de uma gestão com critérios.
Se a temporada parece quase perdida, é bom pensar em 2016. Começar um trabalho com um treinador experiente, capaz de coordenar um grupo de jogadores e organizar um time competitivo. O Inter está desunido, desarticulado. Sem união não há trabalho correto. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio antes de tudo.
Marcelo Gonzatto, Torcedor Colorado ZH
Perder um Gre-Nal por 5 a 0, já foi dito, é como um desastre de avião: muitas falhas têm de se somar até acabarem em tragédia. Um erro só não causa esse nível de estrago. Vitorio Piffero é o responsável pela falta de definição e implementação de uma filosofia de futebol e pela sucessão de contratações de alto risco que não vingaram e aumentaram o desperdício financeiro do clube, como Réver, Anderson e Nilton.
Mas está na hora de alguém tomar providências em relação a outro ingrediente de sucessivos fiascos: o vestiário colorado. Nos últimos anos, a estratégia do clube tem sido valorizar a "blindagem" do grupo de jogadores, comer na mão de seus líderes e contar que firmarão um pacto de comprometimento com o técnico da hora. Nesse período, acumulam crescentes mordomias - folgas injustificáveis, preservações excessivas, salários irreais. Vão-se os treinadores, ficam as mordomias e os fiascos.
Acompanhe o Inter no Brasileirão através do Colorado ZH. Baixe o aplicativo:
IOS
*ZHESPORTES