Mais que a contagem regressiva para o confronto contra o Tigres pela Libertadores, o Inter usa dos últimos seis dias de preparação para a semifinal diante dos mexicanos como uma espécie de divã.
Além da cobrança coletiva para recuperar o futebol que classificou a equipe como a terceira melhor campanha da fase de grupos, a ênfase no trabalho com os jogadores estará na questão psicológica: sai de cena a campanha desastrada no Brasileirão para dar lugar ao confronto que, nos próximos 15 dias, decide não apenas a vaga à final da principal competição da América, mas o rumo do clube na temporada.
Os retornos de Alisson, Juan, Réver e Eduardo Sasha aos trabalhos com bola, ontem, no CT do Parque Gigante, após período de lesões, animaram o grupo. Não está descartado que um destes possa aparecer na partida contra o Joinville, domingo. Mas qualquer teste na Arena Joinville dependerá de uma avaliação criteriosa da comissão técnica de Diego Aguirre. Afinal, mais vale ter um jogador sem ritmo para o duelo contra o Tigres a perder, novamente, por tempo indeterminado, um atleta do grupo titular. Nilmar e Aránguiz também têm presença garantida na partida do Beira-Rio.
- O grupo não tem problema de entrosamento. Temos de trabalhar o mental, o lado psicológico do grupo. O melhor Inter na temporada tinha Juan, Sasha, Nilmar, Aránguiz, Alisson. Esse é o Inter que está sendo programado para estar em campo na quarta - apontou uma pessoa com trânsito no vestiário.
De São Paulo, onde defende a Portuguesa, o ex-zagueiro do Inter, Bolívar, enxerga a situação do Inter em 2015 semelhante à vivida em 2010, quando o clube sagrou-se bicampeão da América. A Libertadores daquele ano parou devido à Copa do Mundo, o Brasileirão seguiu, e o Inter de Jorge Fossati derrapou no nacional. Os colorados fizeram apenas a sexta melhor campanha da fase classificatória da Libertadores e, após derrotas para São Paulo e Vasco, o uruguaio acabou demitido e deu lugar a Celso Roth. A tabela do Brasileiro, contudo, era favorável: quarta posição, com 19 pontos, contra os atuais 13 pontos e a 16ª colocação.
- Contra o Tigres, você sabe que tem 180 minutos de mata-mata. No Brasileiro, tem mais tempo para recuperar. Isso pesa. Os jogadores que não estiverem em campo neste final de semana têm de dormir pensando no Tigres, treinar como se fosse uma final. É aqui no Beira-Rio que a coisa tem de acontecer. A primeira partida é importante demais - resume Bolívar.
- A participação na semifinal já é o fator mobilizante para esta semana. Eu tenho certeza de que nesse jogo contra o Tigres todos os jogadores estarão focados - completa Fernando Carvalho, diretor de futebol à época.
O Inter terá ao menos cinco turnos de treinos até a decisão no Beira-Rio, na quarta-feira. Escudados pela resolução do presidente Vitorio Piffero de que o Inter abre mão temporariamente do Brasileirão, os titulares que disputam a Libertadores não viajarão a Joinville. Baterão ponto no Parque Gigante tanto no sábado quanto no domingo. O foco do Inter está na América.
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