O bigodão espesso de Ricardo Ferretti, o Tuca, só reforça seu aspecto mexicano. Como todos sabem, inspirados em Pancho Villa e Emiliano Zapata, os líderes da revolução, os mexicanos cultivam bigodões. E Tuca é quase um deles. Aos 62 anos, os últimos 38 vividos em terras aztecas, o técnico do Tigres já virou personagem. Principalmente pelo temperamento forte como as pimentas nos burritos e nos tacos.
Tuca comanda o Tigres há cinco temporadas com mão de ferro. Os sorrisos são escassos, e a paciência, curta. A fama é de um técnico disciplinador e de pouca conversa. À imprensa, atende apenas às segundas-feiras que sucedem derrotas ou empates do seu time. Se o domingo foi de vitória, passa longe da sala de conferências.
Os setoristas de Tigres já o conhecem de longa data. Sabem que perguntas sobre questões táticas são rechaçadas com respostas atravessadas.
O Tigres parece ser o porto seguro do técnico. Esta é sua terceira passagem pelo clube. Ganhou o Apertura de 2011 e sempre levou o time aos mata-matas. Seu temperamento forte e as decisões pouco populares, porém, causam alguns espinhos com a torcida.
Sua predileção por jogadores mais rodados, por exemplo, é ponto de atrito. Os torcedores pedem no time o meia Espiricueta, 21 anos, campeão mundial sub-17 com o México. Não levam. Também reclamam quando algum reserva entra no time, desempenha bem e volta ao banco. Tuca nem ouve. Adota como princípio respeitar as hierarquias do grupo.
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