"Vamos fazer o possível para que ele fique", diz D'Ale sobre Fabrício
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Foi com um misto de receio e medo que o torcedor do Inter, que divide o protagonismo com o lateral-esquerdo Fabrício após o surto do jogador na última quarta-feira, no Beira-rio, atendeu ZH.
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Vinícius Paixão chegou a comemorar os seus 30 segundos de fama, em tom de brincadeira, já que foi um dos torcedores que apareceram nas imagens de TV esbravejando contra a atitude do camisa 6. Contudo, o sócio colorado de 27 anos faz questão de esclarecer que seu xingamento nada tem a ver com injúria racial. Vinícius admite que proferiu palavrões, mas sem conotação racista.
- Eu falei "vai tomar no c*, ca****o". Sou tão negro como Fabrício. Não faria sentido - esclarece o morador de São Leopoldo.
Você pode descrever o que aconteceu na quarta à noite?
Na hora do jogo, muita gente me mandou WhatsApp brincando que me viu na TV, que eu estava xingando o Fabrício. Na quinta, no serviço, seguiu a brincadeira "Fabrício te mandou um abraço", "Que é isso? Mandar o Fabrício..." Eu ria, achava engraçado. Sou reservado. Quando voltei do trabalho, um amigo comentou que ontem (quinta-feira) uma página do Grêmio no Facebook tinha me colocado como se eu tivesse chamado o Fabrício de macaco. Eu rebati, dizendo que não poderia ser eu. Então, cheguei em casa, fui olhar meu Face e tinha várias solicitações de amizade, conversas em chat, notificações. Pensei "O que está acontecendo?". Então entendi o que estava acontecendo: uma página chamada Grêmio Libertador tinha um vídeo me mostrando, eu estou de lado, e fica difícil de dizer o que eu falei. Na imagem da transmissão mostra exatamente o que eu falei.
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O que você falou?
Eu falei vai tomar no c*, ca****o. Estou extremamente chateado, é uma exposição gigante. Se eu tivesse brigado no estádio, me chamassem de vândalo, ficaria quieto e arcaria com minhas atitudes. Mas eu não fiz nada. Estava na minha área de torcedor, eu xinguei o Fabrício de uma série de palavrões, respondi ao que o Fabrício fez com palavrões. Almocei ontem às 11h30min e não consigo mais comer. Adrenalina a mil. Fui dormir ontem às 5h da madrugada. Acordei logo cedo. Até que ponto uma mentira pode prejudicar tua vida. É surreal o que estão fazendo nas redes sociais.
Você nega que o tenha chamado de macaco?
Se você olhou o vídeo deve ter visto que eu sou tão negro quanto ele. Minha esposa é negra. Meus pais são negros, meus irmãos, família. Não faria sentido algum eu ofender um negro. Não seria lógico.
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Esse fato repercutiu de alguma maneira no seu trabalho ou vida pessoal?
Ainda não. Estamos no feriado e na segunda vou ver. Ontem o clima era de brincadeira, descontração. Ninguém falou nada a respeito de injúria racial. Brincaram comigo que estava "famoso" por ter aparecido na TV. Nenhum colega falou sobre qualquer assunto relacionado ao fato.
Você é sócio do Inter? Faz parte de alguma torcida organizada?
Eu sou sócio. Vou aos jogos do Inter desde 1993. Não tenho vínculo algum com torcida. Sou o torcedor comum.
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Você já procurou algum advogado? Pensa em tomar alguma atitude a respeito deste episódio?
Ainda não procurei advogado. Quem não deve não teme. Eu salvei tudo o que saiu nas redes, nos sites. Vou pensar no que vou fazer. Isso é muito novo. Tomei conhecimento de tudo ontem à noite. Vamos ver até que ponto esse assunto pode chegar. Têm saído coisas absurdas. Comentaristas, veículos de comunicação dizendo que me viram falando. O fato é que é uma situação constrangedora, não sei como será na segunda, quando eu chegar ao meu trabalho. Eu não fiz nada de errado. Não falei o que dizem que falei. Xinguei, mas sem nenhuma palavra racista, preconceituosa, contra a lei.
Se o Tribunal de Justiça Desportiva intimá-lo para um depoimento, você irá?
Sem problema algum, tranquilamente. Volto a dizer: quem não deve não teme. Esclareço tudo. Nunca entrei em delegacia, nem sei qual é o procedimento a respeito disso. Mas não tenho nenhum problema em ir ao TJD.