Depois de uma semana, Fabrício falou. Não mais como jogador do Inter, o lateral-esquerdo foi apresentado pelo Cruzeiro na tarde desta quinta-feira e comentou o episódio que culminou com a sua saída do Beira-Rio, quando fez gestos obscenos e xingou a torcida colorada. O jogador fez questão de pedir desculpas à direção do clube, aos colegas e às organizadas do Inter - e garantiu não ter ouvido nenhuma injúria racial ao deixar o campo.
- Eu gostaria de pedir desculpas ao presidente, ao Inter, aos jogadores e à torcida pelo fato que aconteceu. Só eu sei o que estava passando. Agradeço pelos quatro anos em que joguei no Inter, foram anos maravilhosos, e o Inter nunca atrasou salários. Mas eu já estava empurrando com a torcida. Quero pedir desculpas à torcida colorada, principalmente aos torcedores que estavam atrás do gol. A organizada sempre apoia - disse.
Fabrício lembrou os gols importantes que marcou na temporada passada, quando ajudou o Inter a se classificar à Copa Libertadores.
- Sempre fui um jogador que batalhou, lutou e ajudou a equipe. Fui quem mais jogou no Inter no último Brasileiro, fiz gol importante para levar o clube à Libertadores. Matei um leão por dia no Inter.
O lateral também garantiu não ter sido vítima de nenhum episódio de racismo no Beira-Rio após sua expulsão contra o Ypiranga.
- Não teve a injúria racial que estão falando.
Ao falar sobre a chance no Cruzeiro, Fabrício agradeceu ao clube mineiro pela confiança no seu futebol depois de toda a polêmica com o Inter, destacou a companhia de ex-colegas como Willians - e lembrou que um dos gols importantes que marcou com a camisa colorada foi justamente contra o Atlético-MG, seu novo rival.
- Agradeço a confiança de todos que fizeram eu estar aqui hoje. É uma chance de ouro, né? Tem que ter pulso firme para me bancarem aqui, pelo que eu fiz com a torcida do Inter. Quero dar o meu melhor, sei do meu potencial. Quero corresponder da melhor maneira possível. O Willians é um grande amigo meu. Brigamos uma vez, mas morreu ali mesmo. Sobre o gol, foi um gol importante, no final. Se o treinador me levar para o clássico e tiver a chance de fazer novamente, quero ajudar - destacou.
O jogador lamentou, porém, o fato de que não terá condições de jogar a Libertadores pelo Cruzeiro, por já ter atuado na competição. E garantiu que está pronto para jogar em qualquer posição que o técnico Marcelo Oliveira exigir.
- Quando o cara é garoto, a gente sonha em jogar a Libertadores. Mas é vida que segue... ontem fui ao estádio e o time jogou muito contra o Mineros (na vitória por 3 a 0). Espero que o Cruzeiro chegue o mais longe possível. Pode até me por de centroavante. Eu quero jogar.
E, para evitar qualquer problema com a torcida cruzeirense, Fabrício encerrou a apresentação com um apelo:
- Critiquem depois que terminar o jogo. Isso (vaiar durante a partida) tira a confiança do jogador que está dentro de campo.
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