A cada jogo, Diego Aguirre fica mais fragilizado no comando do Inter. O treinador uruguaio ainda não conseguiu dar um padrão ao time, que em suas mãos tem 67% de aproveitamento. Já são 16 partidas nas quais os resultados são superiores ao desempenho. Nos bastidores, Aguirre tem um prazo de validade: o encerramento da fase de classificação da Libertadores, no dia 22 de abril, contra o The Strongest, em casa. Mas tal cronograma poderá ser antecipado no Chile.
Comentaristas opinam: Aguirre deve ser mantido pelo Inter?
Há informações de que, caso o Inter não vença a Universidad de Chile, a troca da comissão técnica será iminente. Tal espera se dará porque há convicção na classificação às oitavas de final da Libertadores - mesmo na segunda vaga do Grupo 4.
Celso Roth surge como a solução mais rápida e o nome mais forte para o momento - como foi na Libertadores de 2010, quando Jorge Fossati, mesmo colocando o clube na semifinal, foi demitido. Mano Menezes, que recusou uma primeira investida de pessoas ligadas ao Inter, em dezembro, é a alternativa. Mas depende de uma ampla negociação para aceitar o desafio de trabalhar com Vitorio Piffero, que em meio à eleição colorada disse que não contrataria o técnico por não ter o estilo exigido pelo então futuro presidente. Até a situação de Muricy Ramalho no São Paulo já foi investigada. O treinador, porém, mesmo que caia no Morumbi - onde vem sendo contestado -, gostaria de permanecer na capital paulista, por motivos pessoais.
"Não posso deixar de notar que está faltando algo", diz Aguirre
Nos corredores que levam aos gabinetes do Beira-Rio se escuta, em tom de lamento:
- Aguirre não deu liga. Infelizmente.
A passagem do técnico pelo Inter por pouco não foi abreviada na noite de 4 de março. O Inter foi para o intervalo perdendo para o Emelec por 2 a 1 - e já sem D'Alessandro, lesionado minutos antes. Uma onda de irritação com o fraco desempenho em campo irrompeu em determinados e importantes setores do estádio. Aguirre foi salvo pelos gols de Alex e de Réver, que viraram o jogo.
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O prazo para que acerte o time parece surgir como mera formalidade. Diego Aguirre jamais foi unanimidade. Acabou contratado depois de negativas de Tite, de Vanderlei Luxemburgo e de Mano. Na véspera da eleição, chegou a se divulgar que a favorita chapa oposicionista contrataria Roth. Houve veementes desmentidos.
Mas, desde o primeiro encontro com os equatorianos, em 4 de março, até a noite de quarta-feira, quando um Inter desorganizado fez força para derrotar o Avenida por 1 a 0, houve pouca mudança. O sistema 3-5-2 recebe críticas com os seus zagueiros em linha e de lenta transição ofensiva. Os volantes são alvo de polêmica e debate Beira-Rio afora: muitas vezes, eles ficam sem função. Aránguiz, Nico Freitas e Nilton parecem mal orientados em campo, não sabem se defendem ou se atacam. E, se atacam, muitas vezes deixam a defesa exposta. Além disto, um melhor aproveitamento de Anderson já foi cobrado do técnico. Um reforço caro e que ainda não deu resposta no clube. Treinos coletivos também estão em pauta. O técnico quase não realiza esse tipo de treino, e o Inter apresenta poucas jogadas trabalhadas.
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Outro ponto é a preparação física. Com uma metodologia diferente, implantada pela comissão técnica de Diego Aguirre, e mesmo poupando jogadores, o Inter já soma sete baixas em 16 jogos: Nilmar, D'Alessandro, Anderson, Alisson, Aránguiz, Taiberson e Lisandro López (este, por lesão no menisco). O nome do campeão mundial Paulo Paixão segue com bom trânsito no Beira-Rio.
Para ter vida longa no Inter, Diego Aguirre precisaria transformar como em um passe de mágica o seu time em uma espécie de novo Corinthians. O que não parece algo plausível no cenário atual.
Como Jorge Fossati caiu em 2010
Contratado pelo Inter devido a seu trabalho na LDU, o uruguaio Jorge Fossati foi demitido com mais de 61% de aproveitamento na temporada de 2010. Perdeu o Gauchão para o Grêmio de Silas, mas conduziu o Inter à semifinal da Libertadores. No recesso de um mês, devido à Copa da África do Sul, o Inter se voltou ao Brasileirão. Mas, quatro rodadas e três derrotas depois, Fossati foi demitido. O último jogo foi em São Januário, contra o Vasco de... Celso Roth. O Inter vencia por 2 a 0 e acabou perdendo por 3 a 2. Assim, uma semana depois da partida contra o Estudiantes, o técnico uruguaio estava demitido. No balanço da direção para tomar tal medida estavam os seguintes itens: baixo rendimento, atuações deficientes como visitante (venceu apenas o Goiás fora de casa) e a utilização do esquema 3-5-2, fora das características dos jogadores.
Roth foi contratado em 12 de junho. Foi o escolhido porque daria uma resposta rápida e pelo retrospecto recente contra o São Paulo - o adversário do Inter na semifinal. Com Celso Roth, o Inter avançou à final e se sagrou campeão da Libertadores contra os mexicanos do Chivas Guadalajara.
* ZHESPORTES
