Nilton sonha igualar o seu primo nos feitos e nos títulos conquistados com a camisa do Inter. Edimo Ferreira Campos, o Edinho, é primo de Nilton Ferreira Júnior. O pai de Edinho é irmão da mãe de Nilton. No Beira-Rio, Edinho conquistou oito campeonatos. Entre eles, a Libertadores, o Mundial e a Sul-Americana - taça que ergueu, como capitão do time de Tite.
Inter tenta contratar mais estrangeiros para a Libertadores
Pois a família Ferreira volta ao meio-campo do Inter. Nilton, contratado ao Cruzeiro, após vencer dois Brasileiros com o clube mineiro, auxiliando com a sua marcação e chutes de fora da área, de cara já disputará o seu primeiro título com a camisa do Inter, nesse domingo, contra o Lajeadense, quando disputar a sua primeira partida oficial pelo clube: a Recopa Gaúcha.
- Quero ganhar tudo pelo Inter - avisa Nilton.
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Nessa entrevista a Zero Hora, Nilton recorda que atua com naturalidade como primeiro ou segundo volante. mas que prefere a primeira função. Admite que o Shakhtar colocou o Inter "um pouco na roda", no recente amistoso no Beira-Rio e entende que o jogo serviu para correções de erros.
O volante conta ainda preferir estrear na Libertadores contra o Morelia em vez do The Strongest, aposta na reconstrução do Cruzeiro pós-vendas, revela a sua obsessão pelo número 19 (da camisa, à poltrona de avião, passando pela tatuagem no braço esquerdo até a escolha do dia do nascimento do segundo filho) e repete o mantra pessoal sobre as conquistas:
Fora da lista de inscritos, Réver e Vitinho não enfrentam o Lajeadense
- Só é lembrado quem ganha títulos.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
Você foi o jogador mais simpático com a torcida, na pré-temporada de Bento Gonçalves. Te surpreendeu com o carinho dos colorados?
Fiquei surpreso, sim. Aquela recepção em Bento, com aquele mar vermelho, foi inesquecível. É bacana ter este contato próximo aos torcedores. É sempre bom cativá-los. Desde os tempos de Cruzeiro, sempre fui assim com a torcida. Espero trazer esta descontração também para o Inter. A minha saída de Belo Horizonte pareceu uma novela. Foram três dias de conversa até fechar. Mas neste período já senti o carinho dos colorados. Minha esposa (Karin) e eu fomos muito bem recebidos. Já me sinto querido aqui. Vou me entregar muito em campo.
Você foi contratado também pelo sucesso de dois títulos nacionais seguidos com o Cruzeiro.
Espero ter trazido um pouco desta esperança de títulos também. Com a grandeza do Inter, não é possível ficar apenas conquistando o Estadual. Temos que pensar nos grandes títulos. Ganhei dois Brasileiros com o Cruzeiro. Sei que fui contratado também para isto. Para renovar o elenco, mas com esta bagagem de títulos. Quero muito ser campeão pelo Inter. O clube está há muitos anos sem conquistar o Brasileiro. E trata-se de um clube que já ganhou tudo, por isto, vencer o campeonato nacional é muito importante também.
E o que representa vencer o Gauchão?
Queremos vencer tudo. Ganhar o Estadual dá mais confiança para o resto do ano. É um aconchego a mais. Vencer o Gauchão é mais uma das metas do ano. Não dá para deixar de ganhar nada. E temos condições de buscar todos os títulos. Da minha parte, quero todos os títulos no currículo. Fiquei muito feliz de vir para o Inter sabendo que o clube já conquistou tudo. São barreiras para a minha carreira e quero superá-las. Teremos uma temporada puxada, desgastante. E já começaremos com a chance de ganhar a primeira taça, a Recopa Gaúcha. Este título poderá ser o nosso primeiro passo para o restante do ano.
Você prefere atuar como primeiro ou como segundo volante?
Desde o começo da carreira, no Corinthians, tenho facilidade nas duas funções. Mas me destaquei como primeiro volante. Ganhei a Bola de Prata da Placar (pelo Brasileirão de 2013) como primeiro. Mas o Diego (Aguirre) é quem vai definir. Quero jogar e ajudar. Tenho boa marcação e boa chegada à frente. Se for para escolher, prefiro ser primeiro volante.
Quantos gols você projeta marcar na temporada?
Em 2013, fiz oito: sete no Brasileirão, um na Copa do Brasil. Espero pelo menos manter esta média no Inter. Cobro faltas, mas sei que temos bons batedores aqui. Aí, posso ir para a área tentar marcar de cabeça. Também gosto de chegar como elemento surpresa e chutar de fora da área.
O primeiro tempo do amistoso contra o Shakhtar foi um tanto preocupante...
Foi um resultado inesperado, realmente. Sabemos que precisamos começar bem a temporada, a fim de retribuir o carinho do nosso torcedor. Teremos cinco campeonatos a disputar em 2015. Estou contando com o Mundial, caso a gente vença a Libertadores. Temos que pensar grande, começar o ano com uma vitória e com a taça da Recopa Gaúcha para abrir bem também a fase de Libertadores.
É verdade que o Inter estava em meio à pré-temporada, mas o Shakhtar vinha jogando e viajando a cada dois dias.
Mas eles estavam com ritmo de jogo. Nós, com apenas 45 minutos de jogo no ano, contra o Juventude. Sabíamos que sentiríamos, pois o Shakhtar estava um passo à frente. Sentimos a parte física, não a técnica. É pouco, eu sei. Mas vamos nos entrosando aos poucos. Pegamos um time europeu recheado de brasileiros. Eles nos induziram ao erro, nos colocaram um pouco na roda. No segundo tempo, crescemos, pegamos mais. Não empatamos por detalhe. Nosso segundo tempo foi bom, vamos esquecer aqueles erros.
Valeu a pena levar esse choque logo de cara?
O amistoso com o Shakhtar foi muito bom. Trata-se de um time que está nas oitavas da Liga dos Campeões. Queríamos vencer, é lógico, mas não deu. Não faltou luta nem empenho. Estamos em fase de adaptação. Ainda temos Réver e Vitinho por estrear. Vamos crescer muito.
Como você avalia o elenco do Inter?
Sempre foi difícil jogar contra o Inter. Temos um grupo recheado de craques. Fico feliz por jogar com D'Alessandro, com Alex. O Muriel foi meu companheiro na seleção sub-18. É um grupo com estilo aguerrido, do qual gosto muito. Sou grato ao Inter por ter me aberto as portas.
Você é primo de Edinho. Já se encontraram por aqui?
Meu pai é irmão da mãe do Edinho. Ainda não nos encontramos em Porto Alegre. No Rio era assim. Eu jogava no Vasco, ele no Fluminense, nos encontrávamos poucas vezes. Esta mudança ainda está muito corrida para mim. Não consegui parar. Quero sentar com ele e conversar sobre o Inter. Edinho ganhou tudo pelo clube. Foi campeão do mundo, jogou com Fernandão, nossa. Espero colocar o meu nome na história, como ele fez.
Na Libertadores, você prefere estrear contra Morelia (MEX) ou The Strongest (BOL)?
Qualquer um será complicado. Mas prefiro encarar uma distância maior a começar na altitude. Prefiro começar no México. A altitude de La Paz poderia atrapalhar o nosso início de temporada.
E o trabalho de Diego Aguirre?
O professor Diego conseguiu fazer com que todos entendessem a sua metodologia de trabalho. E em pouco tempo. Vamos engrenando como ele quer. Estaremos bem para a estreia na Libertadores.
O Cruzeiro vendeu boa parte do time bicampeão brasileiro. Conseguirá se remontar para a Libertadores?
O Marcelo Oliveira sabe o que tem nas mãos. Em 2013, ele montou a equipe campeão nacional quando ninguém lá era considerado galáctico. Marcelo tem uma leitura rápida dos jogadores, o que facilita as coisas.
Qual a importância do número 19 na sua carreira?
No Vasco, ganhei este número. E ele começou a me dar sorte, os títulos começaram a vir. Conheci a minha mulher em um dia 19, ela nasceu em um dia 19, minha filha (Giovanna, hoje com 4 anos), nasceu no dia 19, o meu filho (Gabriel, hoje com apenas cinco semanas de vida) deveria ter nascido no dia 19, não deu, veio antes, em 16 de dezembro (risos). Eu queria seguir a tradição. Só viajo na poltrona 19, para vir para o Inter pedi a camisa 19, tenho o 19 tatuado no braço esquerdo. Espero que ele siga me dando sorte e títulos.
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