Os alojamentos do Estádio Olímpico foram a casa de uma série jogadores revelados pelo Grêmio. Entre eles a geração campeã mundial de 1983 — como Renato, Baidek, Bonamigo e Paulo Cesar Magalhães.
Da "caverna", apelido do alojamento do Olímpico, os garotos ganharam o mundo — muito antes da existência do CT Hélio Dourado, onde atualmente estão instaladas as categorias de base do Tricolor.
PC, como era conhecido o lateral-esquerdo, foi o primeiro jogador que saiu da escolinha gremista para morar no estádio, ainda em 1974. Nove anos depois, ele estava em Tóquio quando o Tricolor venceu o Hamburgo e conquistou o Mundial.
— Cheguei com 11 anos. Morava na concentração e tinha que fazer as refeições na casa do diretor, que ficava na frente do estádio — recordou Magalhães, que complementou:
— A base do título mundial foi forjada aqui (Olímpico). Quando chegamos , começamos a fazer a nossa história. Baidek, Bonamigo, Renato, Beto, Leandro... a partir daqui, a gente ganhou o mundo.
Fantasmas e ratão
Na época, os mais velhos costumavam assustar os mais jovens sobre possíveis fantasmas na caverna. Entretanto, era só uma lenda, embora a escuridão e barulhos estranhos causassem medo.
— De madrugada, tinha o rangido da estrutura de ferro. Pra mim, que fiquei sozinho quase um mês naquela escuridão, dava medo. Depois, cresci e descobri que era só uma lenda — disse PC Magalhães.
A história verdadeira, porém, era de um "ratão" que circulava por lá, quem PC considerava de estimação.
— O ratão era de verdade, quase do tamanho de um cachorro. Um gato teria medo dele. Mas pra nós era de casa — brincou o ex-lateral.
Nos profissionais do Grêmio entre 1982 e 1984, Magalhães participou dos títulos da Libertadores, Mundial e dos vices do Brasileirão de 1982 e Libertadores de 1984.