Pedro Geromel está de volta. O zagueiro de 38 anos, multicampeão pelo Grêmio, tem algo a provar nesta reta final de Brasileirão. Com contrato por encerrar em dezembro, o defensor terá a partir deste sábado (30) mais 14 oportunidades de mostrar dentro de campo que ainda pode jogar no nível esperado. A partida deste final de semana contra o Fortaleza, às 16h, pela 25ª rodada, é a primeira chance para que ele possa mostrar que as lesões que o permitiram jogar apenas 45 minutos neste ano estão realmente superadas.
A animação de Geromel com o retorno à rotina de treinos e jogos ficou evidente na entrevista concedida na tarde de sexta-feira (29). No Ceará, o zagueiro conversou com a imprensa do Rio Grande do Sul que está acompanhando o Grêmio. Antes de brincar sobre sua escalação, o zagueiro garantiu que está com 100% das condições físicas.
— Estou muito feliz de poder voltar, de estar 100% para ajudar o grupo no que for possível. Mas se quiser saber se vou jogar, precisa perguntar para o Renato — despistou.
O debate sobre a possibilidade da permanência de Geromel para 2024 vem ganhando corpo no decorrer desta temporada. Após uma cirurgia no joelho e um edema ósseo que atrasou toda a recuperação, a lesão muscular sofrida contra o Cruzeiro tirou o defensor dos gramados por mais 30 dias. Uma temporada que contrasta fortemente com o seu histórico no clube.
Em 2022, por exemplo, além de ser o melhor jogador da equipe, Geromel também atingiu a meta estabelecida em seu contrato para renovação automática. De fevereiro até setembro de 2022, o zagueiro atuou em todas as partidas em que esteve à disposição da equipe principal. Até ser preservado da viagem ao Maranhão, onde no dia 30 de setembro o time foi derrotado para o Sampaio Corrêa, o defensor só perdeu uma rodada da Segunda Divisão por conta de suspensão.
James Freitas, auxiliar na comissão técnica de Roger Machado entre 2015 e 2016 e novamente no ano passado, viu Geromel no auge físico e técnico. Atualmente, trabalha no Cerro Porteño. Mesmo de longe, acompanha o Tricolor.
– Geromel não é mais um menino. Faz parte do processo natural, não tem jeito. Acredito que ainda é um zagueiro de alto nível. Precisávamos administrar durante a semana nos treinos para que ele estivesse menos desgastado para os jogos. Acredito que o processo dele siga assim – comentou.
Na experiência de James, esse processo de avaliação ocorre mais no dia a dia de treinos do que apenas com o rendimento em jogos. E citou dois exemplos de jogadores que em sua passagem pelo Palmeiras viveram esse mesmo momento.
— Vi o Zé Roberto se aposentar no Palmeiras. De uma hora para outra, não conseguia mais render nos treinos. Perdeu muita força e baixou muito as ações em alta intensidade. Mas o Edu Dracena ainda rendeu muito bem. Era nosso melhor zagueiro, mesmo com 39 anos. Geromel é zagueiro, tem menos exposição. Tem que acompanhar os níveis de força e as manifestações de potência. São fundamentais para a posição dele. Nunca se sabe quando a queda de rendimento chega. É muito individual — analisou.