Um em cada extremo do time, Diego Souza e Geromel são as referências de um Grêmio que busca recuperação após o baque do rebaixamento. Enquanto o zagueiro é símbolo de uma período recente de sucessos em Gre-Nais até o ano passado, o atacante vive uma retomada na carreira com gols e assistências em seu retorno a Porto Alegre após uma primeira passagem em 2007.
Neste sábado (26), a dupla é responsável por boa parte da confiança da torcida em sair com um resultado positivo do Beira-Rio. Um aguardado retorno ao palco de um dos capítulos mais relevantes da queda do clube para a segunda divisão no ano passado.
Mesmo aos 36 anos (completa 37 em setembro), Geromel ainda é referência no sistema defensivo tricolor. Seguro pelo alto e preciso para sair à caça dos atacantes adversários, o zagueiro também tem papel importante na saída de bola da equipe. Como Tite definiu, "Geromel desarma armando". E com essa característica mais necessária na ideia de marcação sob o comando de Roger, ele volta a ter papel importante na comunicação dentro de campo dos momentos de aumento da pressão ou recuo para esperar os atacantes adversários.
Sem o parceiro tradicional dos últimos anos, já que Kannemann segue no departamento médico em tratamento de uma lesão no quadril, o capitão do Grêmio iniciou o ano novamente com bom rendimento. Ao lado de Bruno Alves, a dupla de zaga acabou vazada apenas duas vezes em quatro jogos.
Parte da mística de Geromel com o torcedor gremista é o desempenho do zagueiro nos confrontos com o Inter. Com o jogador em campo nos 22 clássicos realizados desde 2014, o Grêmio perdeu apenas quatro vezes, ganhou oito e empatou 10. O sistema defensivo levou apenas 11 gols.
— Geromel marcou e está marcando época no Grêmio por sua personalidade. É um zagueiro que, neste momento, é um jogador que apresenta um potencial superior. O problema recente nos últimos tempos acabou se apresentando por conta das lesões. Mas é um zagueiro que impõe respeito dentro de campo. É um marcador técnico, com velocidade e personalidade para jogar. Sabe o momento certo de participar da jogada — diz Ancheta, um dos defensores mais elogiados da história do clube.
No caso de Diego Souza, o 2022 começou em alta. O centroavante participou de cinco jogos e marcou três vezes no Gauchão. Bem diferente de como terminou o ano passado. Em 2021, o centroavante renovou contrato após ser o artilheiro do futebol brasileiro na temporada de 2020. Após a saída de Renato Portaluppi, o camisa 9 perdeu prestígio com as comissões técnicas que vieram para assumir o trabalho.
Com Tiago Nunes, manteve a condição de titular. Mas Felipão queria uma alternativa e trabalhou para trazer Borja, que assumiu como titular assim que desembarcou em Porto Alegre. Sem jogar com regularidade, passou a brigar com a balança. Mesmo com gols na reta final do Brasileirão, terminou fora dos planos da direção em um primeiro momento. Com as dificuldades em encontrar um jogador com as mesmas características, voltou a ser opção.
Após cuidados especiais na pré-temporada, entra na temporada com a Série B pela frente como uma das esperanças do torcedor. Centroavante das conquistas da Copa do Brasil de 1994, Gauchão e da Libertadores de 1995, Nildo vê em Diego Souza como uma peça importante para a reconstrução do clube e uma ameaça para a defesa do Inter no clássico deste sábado.
— Diego é um jogador que se posiciona muito bem e cabeceia bem. Se deixar ele pensar, vai ficar em condições de marcar. Muitas vezes o zagueiro se distrai um pouco e ele toma conta. O centroavante goleador quando está em um bom momento, passa tranquilidade para o time. Mesmo errando ou acima do peso, não pipoca. É um cara que honra a camisa. Tem um perfil que a torcida gosta. Em um clássico, é importante ter um jogador com esta característica. Precisa colocar o que faz a diferença. Brigar e ousar mais. É o que te faz vencer um clássico. Quando disputei o Gre-Nal, meus companheiros tinham essa confiança. Te deixa confiante para arriscar — destaca Nildo.
Diego Souza deixou o treino desta terça ainda no início da atividade, mas deve estar em campo no sábado.
COMO ELES FORAM NOS GRE-NAIS DE 2021
- Geromel: 5 jogos
- Diego Souza: 6 jogos
Gre-Nal 429 (Brasileirão)
Inter 2x1 Grêmio
- Geromel: nem deu para perceber que vinha de uma parada de mais de um mês e fazia um jogo bastante seguro até sofrer uma nova lesão que o tirou do Gre-Nal ainda no primeiro tempo. Sua situação preocupa. Nota 6
- Diego Souza: pouco acionado no primeiro tempo, cresceu na etapa final. Quase fez um belo gol de cabeça e perdeu uma chance cara a cara com Lomba em passe milimétrico de Jean Pyerre. Retribuiu ao camisa 10 com a assistência para o gol. Nota 6
Gre-Nal 430 (Gauchão)
Grêmio 1x0 Inter
Diego Souza: foi o primeiro marcador do Grêmio, dificultando a saída de bola dos zagueiros colorados. Nota 5,5
Gre-Nal 431 (Gauchão)
Inter 1x2 Grêmio
Geromel: seguro como sempre na área, mas teve dificuldades quando precisou sair à caça de seu marcador. Nota 6
Diego Souza: mesmo sem participar muito do jogo, mostrou mais uma vez a sua letalidade na bola aérea ao anotar o gol de empate. Nota 7,5
Gre-Nal 432 (Gauchão)
Grêmio 1x1 Inter
Geromel: bem demais nas antecipações, o que foi fundamental para o Grêmio controlar o Inter na primeira parte da etapa inicial. No segundo tempo liderou a defesa que segurou a pressão colorada. Mais um título com sua marca para o clube. Nota 7
Diego Souza: dessa vez não fez gol, mas executou com perfeição o papel de garçom dando a assistência para Ferreira. Atormentou a defesa do Inter durante todo o Gre-Nal, principalmente na bola aérea. Nota 7,5
Gre-Nal 433 (Brasileirão)
Grêmio 0x0 Inter
Geromel: sentiu alguma dificuldade quando precisou sair à caça de Yuri Alberto, deixando a área algumas vezes. Nota 5,5
Diego Souza: pesado, teve uma chance para marcar, mas tentou encobrir Daniel e errou o alvo. Nota 4,5
Gre-Nal 434 (Brasileirão)
Inter 1x0 Grêmio
Geromel: repetiu as atuações que o tornaram um dos maiores ídolos do Grêmio, mas nem isso foi suficiente para impedir que a equipe perdesse a partida e se aproximasse do terceiro rebaixamento. Nota 6
Diego Souza: visivelmente pesado. Não acrescentou muito mais do que Borja na equipe, mas quase marcou já nos acréscimos do segundo tempo. Nota 5,5
HISTÓRICO NO CLÁSSICO
Geromel
- 22 jogos
- 8 vitórias
- 10 empates
- 4 derrotas
- 1 gol
Diego Souza
- 14 jogos
- 8 vitórias
- 4 empates
- 2 derrotas
- 3 gols
- 4 assistências