O PDT ainda articula nos bastidores para que Romildo Bolzan Júnior seja o candidato do partido ao Piratini, segundo informações da colunista de GZH Kelly Matos. Nem mesmo a queda para a Segunda Divisão arrefeceu a vontade de Carlos Lupi, presidente da sigla, de lançar a candidatura do dirigente. A possibilidade gera uma série de desdobramentos.
Se decidir concorrer a governador neste ano, quando o dirigente deve se afastar do Grêmio? O que diz o estatuto gremista sobre quem assumiria? Haveria nova eleição? Quando ele poderia reassumir o posto novamente? A seguir, GZH responde esta questões.
Caso sua candidatura seja confirmada, Romildo terá de se licenciar do cargo de presidente gremista até o fim do pleito (seu mandato no Tricolor termina em dezembro deste ano). As regras do Tribunal Superior Eleitoral não impedem que um candidato a um cargo público siga à frente de uma agremiação esportiva. Porém, o Estatuto do Grêmio barra essa situação.
De acordo com parágrafo terceiro do artigo 81 do regimento gremista, qualquer membro do Conselho de Administração, composto pelo presidente e por seis vices, precisa se licenciar da função automaticamente em caso de candidatura. O retorno às funções se dará até 30 dias após o fim da eleição, conforme o parágrafo terceiro do artigo 81.
"§ 3º. Se o Membro do Conselho de Administração for candidato a cargo eletivo, a partir da homologação de seu nome pelo partido político ficará automaticamente licenciado do cargo ocupado no GRÊMIO até 30 (trinta) dias após o término do pleito."
O que pode gerar diferentes interpretações é o que se considera homologação, já que as diretrizes que regem a campanha eleitoral em nenhum momento utilizam este termo. Na visão de Carlos Biedermann, presidente do Conselho Deliberativo do Tricolor, seria a convenção em que o partido homologa a candidatura.
As convenções partidárias estão previstas para ocorrerem entre 20 de julho e 5 de agosto. Os partidos têm até 15 de agosto para fazerem a inscrição de seus candidatos. Entre as duas datas serão disputadas da 14ª rodada até 19ª da Série B (de um total de 38 partidas). O primeiro turno da eleição está marcado para 2 de outubro. Um eventual segundo turno na disputa pelo Piratini será em 30 de outubro.
Se Romildo for candidato e se licenciar, a presidência ficará a cargo do vice-presidente do Conselho de Administração com a matrícula associativa mais antiga, que pertence ao ex-presidente Duda Kroeff. Filho do ex-patrono Fernando Kroeff, ele foi associado ao clube quando era bebê. Sua matrícula, em 1963, foi feita um mês antes da de Adalberto Preis. O estatuto prevê a mesma situação caso o presidente opte por deixar o cargo de maneira definitiva.
"Art. 89. Ficando vago o cargo de Presidente do GRÊMIO por renúncia, exoneração, morte ou outro impedimento definitivo, será preenchido pelo tempo faltante do mandato, mediante nova eleição que será realizada até 30 (trinta) dias a contar da vacância. § 1º. Se o mandato tiver sido cumprido por tempo superior à metade do previsto, o cargo vago será preenchido automaticamente pelo Vice-Presidente com matrícula social mais antiga dentre os que preenchem os requisitos do art. 90, I, deste Estatuto".
Além de Duda e Preis, compõem o Conselho de Administração os vices eleitos: Cláudio Oderich, Marcos Herrmann, Paulo Luz e César Augusto Peixoto.
Tire suas dúvidas
Romildo Bolzan pode ser candidato e presidente ao mesmo tempo?
Não. O Estatuto do clube prevê que, caso um integrante do Conselho de Administração (presidente e seus vices) se candidate ao um cargo público, ele precisa se licenciar.
Qual limite para Romildo Bolzan se licenciar para ser candidato?
Dependerá de quando o PDT fará a sua convenção. A janela de convenções partidárias vai de 20 de julho a 5 de agosto. Assim que a candidatura for homologada pelo partido, Romildo precisará se licenciar.
Se Romildo for candidato, quem assume o clube?
Assume, de acordo com o estatuto, o vice-presidente do Conselho de Administração com a matrícula associativa mais antiga. No caso, o ex-presidente e atual vice Duda Kroeff.
Se Romildo for candidato, quanto tempo depois ele pode reassumir a presidência?
Não há um período fixado. Ele pode reassumir até 30 dias após o término do pleito. Isto seria em 30 de novembro em caso de segundo turno, previsto para 30 de outubro. Teria, portanto, mais um mês até concluir seu mandato.