Pedro Geromel não é apenas um dos remanescentes da última temporada no Grêmio, mas do mais recente ciclo vitorioso do clube. Com a autoridade de quem é ídolo da torcida, o zagueiro concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (28) e deu dicas aos recém-chegados sobre o que fazer para ter sucesso no Tricolor.
— Aqui no Grêmio é muito simples. Comentei agora com os jogadores que chegaram. A gente não precisa ser nenhum mestre, nenhum Cristiano Ronaldo e ter habilidade de Neymar. A gente só precisa se dedicar de coração, jogar com raça e vontade todo o jogo, assim como eu e o Kannemann fazemos, que a torcida vai gostar de você. Então, temos mostrado essa cara para os jogadores novos e aos mais jovens, para fazerem o melhor, se entregarem, porque a Segunda Divisão requer muito isso e este é o segredo para você ser um bom profissional — destacou.
No entanto, o defensor ainda está digerindo o que ocorreu em 2021. Em sua primeira manifestação após o rebaixamento, ele apontou o que precisa mudar neste ano.
— A gente não pode perder tanto jogo como no ano passado. O vestiário sempre foi bom, um ambiente saudável, nunca tivemos problemas, mas, infelizmente, dentro do campo não correspondemos. Acho que nosso problema foi dentro de campo e essa questões fizeram com que a gente chegasse neste ponto que estamos hoje — opinou.
Entretanto, o camisa 3 não se esquivou de perguntas mais incisivas e apontou a saída do ex-companheiro Maicon como um dos fatores que influenciaram para a queda.
— Não tenho nem palavras para descrever a qualidade do Maicon, tanto que ele ajudou o Grêmio neste nosso ciclo vitorioso e o que aconteceu com ele, sinceramente, foi uma situação inusitada. Eu até hoje, sinceramente, não sei o que aconteceu. Com certeza, impactou nos nossos resultados do ano passado, porque, assim como eu, ele era um líder. A gente se ajudava muito no vestiário.
Outro ponto apontado pelo ídolo gremista foi a falta de preparo físico, que ele espera recuperar a partir deste início de 2022.
— No ano passado, tive uma lesão no começo do ano, onde fiquei três meses parado e, no meio do ano, quebrei o dedo do pé e tive que ficar cinco semanas afastado. Depois, voltei e joguei os últimos 11 jogos. Só não joguei o 12º porque estava suspenso. Então, as questões físicas, a gente está trabalhando desde o começo, estamos tendo a possibilidade de fazer uma pré-temporada, que no ano passado não tivemos. A gente sofreu muito no segundo tempo, perdia muitos jogos no final e isso, claramente, foi um reflexo da falta de preparo físico. Fizemos a final da Copa do Brasil, contra o Palmeiras, e na outra semana começamos o Campeonato Gaúcho. Não tivemos férias e nem a preparação adequada, que estamos acostumados, e isso influenciou diretamente na nossa performance — comentou o jogador de 36 anos.
Por fim, Geromel também foi perguntado sobre a nova realidade financeira do clube, onde alguns atletas têm sido procurados para repactuar as formas de pagamento devido à queda de arrecadação.
— A gente sabe da realidade do clube, da infelicidade que foi o que aconteceu no ano passado e estamos conversando para que as coisas aconteçam e o Grêmio não passe por nenhuma dificuldade — concluiu ele.
Neste sábado (29), o Grêmio disputará mais uma rodada do Gauchão com o time de transição, diante do Brasil-Pel, fora de casa. A tendência é que o elenco principal estreie no dia 2 de fevereiro, contra o São José, na Arena.