A ausência de torcedores ou simpatizantes do Grêmio na chegada da delegação a Belo Horizonte pode estar muito relacionada ao momento difícil do time no Brasileirão. Nenhum fã identificado estava na porta do hotel no desembarque dos atletas na sexta-feira (12). Também foi mínimo o assédio durante as primeiras horas de permanência na capital mineira. Houve, porém, uma exceção que sensibilizou os dirigentes tricolores, o mineiro Márcio Elias.
Elias chegou ao Novotel Savassi, onde está a delegação, por volta das 21h de sexta-feira e encontrou o presidente gremista, Romildo Bolzan Júnior, o vice, Dênis Abrahão, e o diretor de futebol, Sérgio Vasquez, no saguão do hotel. Ele tinha consigo uma manta gremista com a inscrição "Imortal Tricolor". Ao se apresentar aos dirigentes disse que lamentava não poder comparecer ao jogo deste sábado (13) em função da punição da torcida tricolor, mas que estaria presente na saída da equipe para o estádio e que acredita muito numa reversão da situação.
– Vim aqui porque acredito nesses homens e no grupo de jogadores. Precisava dizer para eles isso. Hoje, estou sozinho, mas temos aqui um grupo de gremistas que, mesmo que pareça desanimado, acredita na permanência do time na série A. Neste sábado estaremos reunidos num bar que é nosso reduto para torcer neste jogo.
Márcio Elias tem 28 anos, é filho de gaúchos e membro do consulado do Grêmio em Belo Horizonte. No jogo contra o Atlético-MG ele conseguiu ir ao jogo disfarçado, mas diz que no Estádio Independência a fiscalização é mais rígida e não será possível burlar a proibição. Após conversar com os integrantes da diretoria, ele fez questão de documentar o encontro com o presidente Romildo com uma foto e sintetizou seu misto de aflição e fé:
– Claro que bateu o pavor, mas confio muito e vou até o fim confiando na recuperação.