A mudança na casamata do Grêmio nas primeiras horas desta segunda-feira (11) atendeu ao desejo de parte da torcida, mas pegou muitos dirigentes de surpresa. O entendimento era de que Felipão não seria desligado antes do jogo diante do Fortaleza, quarta (13), no Ceará.
A queda do técnico ocorreu a partir de uma reavaliação feita entre o final da noite e o início da madrugada. Alem de estancar a crise, saída de Felipão visa, principalmente, atender ao anseio de parte do elenco, que desejava mais protagonismo nas partidas para buscar melhores resultados.
Apesar do comum acordo comunicado pelo clube, decisão partiu do departamento de futebol. Já em São Paulo, após retornarem do litoral paulista, Romildo e outros nomes da direção, como Marcos Herrmann, vice-político, e Diego Cerri, executivo, entenderam que o melhor caminho seria o da descontinuidade.
Desta forma, por volta das 23h, acertaram as saídas dos contratados no mês de julho no luxuoso hotel em Guarulhos. A oficialização ocorreu apenas depois da meia-noite desta segunda-feira com o amadurecimento da ideia, que estava sendo debatida pela cúpula desde o apito final na Vila Belmiro.
Deixam o clube neste momento Felipão e seus auxiliares diretos: Paulo Turra e Carlos Pracidelli, além do auxiliar da preparação física Anselmo Sbragia. A decisão anunciada no comunicado é que Thiago Gomes comandará a equipe na próxima rodada do Brasileirão, mas a ideia é que o novo contratado assuma o quanto antes pela urgência da situação.
A alteração no discurso surpreendeu conselheiros próximos aos membros da gestão gremista. Após a nova derrota, em entrevista coletiva, Romildo Bolzan deixou subentendido que não mexeria no cargo de treinador.
— O ambiente é de decepção. Este não é o momento de falar sobre troca de comando. Estamos machucados, moídos, constrangidos, tristes. Nessa hora, quanto mais vivemos, vemos que o melhor é ficar calado, esperar passar para no outro dia falar sobre — projetou na ocasião o presidente.
Voto de confiança no elenco
Nas últimas semanas, o grupo de jogadores já tinha manifestado o desejo era de atuar de forma mais propositiva. Inclusive, com discurso no vestiário, alguns líderes diziam que o modelo adotado por antigas comissões técnicas teriam mais êxito no atual momento. O fato não agradava a comissão de Felipão, que entendia que um time mais reativo conseguiria melhores resultados.
A troca, segundo informações recebidas pela reportagem, é uma espécie de voto de confiança nos atletas. Há o entendimento que o novo comandante tentará resgatar e atender um estilo mais propositivo.
— Acredito no grupo de jogadores, vi uma partida de entrega hoje (domingo) e contra o Cuiabá também. Vi honra e altivez, homens dispostos a fazer valer sua dignidade e vencer. Quando vemos algumas coisas, acabamos acreditando. E eu acredito neles — disse Bolzan.
A efetivação de Thiago Gomes está praticamente descartada. Ele é visto como um profissional de futuro, mas não para o cenário atual. Por isso, ele seguirá como auxiliar permanente para seguir adquirindo experiências para um futuro próximo assumir em definitivo.