A chegada de Tiago Nunes ao Grêmio é, na verdade, um retorno. Revelado para a elite do futebol brasileiro pelo Athletico-PR, em 2018, o gaúcho de Santa Maria teve uma passagem tão breve quanto bem-sucedida pelo Tricolor em 2013. Foram oito meses como técnico da equipe sub-15 e a conquista do título gaúcho da categoria ao bater o Inter na decisão.
Do time de guris que comandou há oito anos, Tiago Nunes reencontrará dois jogadores em sua nova passagem pela Capital: o volante Darlan e o meio-campista Jean Pyerre, camisa 10 daquele grupo. Também estava no elenco o goleiro Phelipe Megiolaro, com passagem pela Seleção Brasileira e hoje no FC Dallas, dos Estados Unidos.
Em 2013, sua contratação fez parte de uma reformulação pela qual passavam as categorias de base do Grêmio. A ideia era privilegiar a formação de jogadores que tivessem qualidade técnica destacada, não apenas força física, característica à época observada internamente. Além de Tiago no sub-15, o clube tinha no sub-17 André Jardine, hoje técnico da seleção olímpica, e no sub-18 James Freitas, auxiliar de Roger Machado no Fluminense. Tiago Nunes foi o único a dar a volta olímpica naquele ano.
— Trouxemos técnicos que queriam a posse de bola, que queriam ser protagonistas do jogo, o comando da partida. A questão física, do embate, nunca vai deixar de existir dentro do Grêmio, mas passou a ser somente mais uma das variáveis — conta Júnior Chávare, responsável por contratar o treinador oito anos atrás e hoje diretor executivo das categorias de base do Bahia.
E foi sob os conceitos do técnico, que montou um time de vocação ofensiva, que o título estadual sub-15 foi conquistado. Além dos nomes que se firmaram no profissional gremista, brilhava na equipe o atacante Dionathã, com passagem pelas seleções de base e aproveitado por Renato Portaluppi em 2017.
— Era um time sempre com muita posse de bola, muito enfrentamento e desejo de ser protagonista — recorda Chávare.
O sucesso de Tiago com a garotada gremista chamou a atenção do Juventude, que ao final de 2013 o convidou para ir à Serra comandar o sub-20. No processo gremista, o próximo passo seria promovê-lo ao sub-17, e a saída do profissional tornou-se inevitável.
— Ele resolveu alçar voos maiores, no que imagino ter feito bem, pois conseguiu profissionalmente decolar — comenta o dirigente.
Oito anos depois da breve passagem por Porto Alegre, Tiago Nunes tem novo encontro marcado com o Grêmio. Desta vez, ele vai em busca de desafios ainda maiores.