Ao longo das cinco temporadas em que está à frente do Grêmio, o técnico Renato Portaluppi tem como uma de suas marcas lançar jovens jogadores das categorias de base na equipe profissional. Foi assim com Arthur, Jailson, Everton, Matheus Henrique, Jean Pyerre, Pepê, entre outros. Em 2020, a situação não foi diferente e apareceram algumas caras novas.
Muitos garotos formados na base tricolor já estavam no "time de cima", como Brenno, Rodrigues, Guilherme Guedes, Darlan, Patrick, Isaque, Guilherme Azevedo, além dos titulares Matheus Henrique, Jean Pyerre e Pepê. Outros não chegaram a ser utilizados ainda, embora figurem no grupo profissional, como o goleiro Vinícius Machado e o volante Jhonata Varela. Nenhum desses foi contabilizado.
Porém, mesmo sem esses atletas na lista, o Grêmio promoveu e utilizou cinco jogadores criados no clube ao longo do ano — embora alguns já tivessem atuado com o time de transição em partidas em que a equipe profissional foi preservada. O título da Copa Ipiranga sub-20, em dezembro de 2019, além do vice-campeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior, no início deste ano, comprovam o bom trabalho que vem sendo feito na base gremista.
Veja como foi o desempenho desses garotos:
Ruan (zagueiro)
O zagueiro de 21 anos participou de cinco jogos na temporada pela equipe profissional, mas teve apenas 103 minutos em campo — isso porque, em quatro dessas partidas, ele ingressou nos minutos finais para ajudar a segurar o placar. Porém, no último domingo (27) de 2020, o garoto teve a oportunidade de iniciar, pela primeira vez, um jogo como titular do time principal do Grêmio.
Considerado um defensor rápido, teve uma atuação de altos e baixos, ainda nervoso, mas ficou em campo durante os 90 minutos da vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-GO, na Arena. Quase entregou um gol para o adversário e, por isso, levou nota 5 na cotação de GZH:
"Quase entregou um gol a Roberson, mas se recuperou na velocidade e roubou a bola de volta".
Vanderson (lateral-direito)
Um dos destaques do Grêmio na Copa São Paulo, em janeiro, o lateral-direito Vanderson subiu ao grupo de transição após a competição, apesar de ter apenas 18 anos à época (agora está com 19). A qualidade no apoio, em especial, chama atenção. Porém, só foi receber uma oportunidade na equipe titular no domingo (27), na vitória sobre o Atlético-GO.
Teve bom desempenho e foi dele, inclusive, o cruzamento que originou o primeiro gol do jogo — contra, marcado por Dudu, para o Grêmio. Por conta disso, levou nota 6,5 na cotação de GZH:
"Em sua estreia como profissional, mostrou muito potencial no apoio, mas precisa evoluir defensivamente".
Lucas Araújo (volante)
Aos 21 anos, Lucas Araújo passou à frente de nomes mais conhecidos na hierarquia tricolor de volantes da base tricolor, como Victor Bobsin e Jhonata Varela. Ainda assim, entrou no finalzinho de apenas dois jogos da equipe principal do Grêmio em 2020, com somente sete minutos em campo — um minuto na vitória por 2 a 0 sobre a Universidad Católica, na Arena, e outros seis na vitória contra o Pelotas, por 1 a 0, na Boca do Lobo, ainda na segunda rodada da competição.
— Pouco vimos do Lucas Araújo em 2020, mas está aí um jogador cuja posição está garantindo ótimos frutos ao Grêmio. O seu bom passe precisa ser melhor visto no próximo ano. O apertado Gauchão deverá ser a grande oportunidade — entende Marcelo De Bona, narrador da Rádio Gaúcha.
Rildo (meia)
Figura importante do Grêmio na Copa São Paulo, com quatro gols marcados na competição, o meia Rildo, 20 anos, recebeu seus primeiros minutos na equipe profissional neste ano. Foram quatro jogos (um pelo Gauchão, um pela Libertadores e dois no Brasileirão), com um total de 58 minutos em campo pelo time principal.
— Rildo é um meia bastante versátil, com grande capacidade de armação. Além da habilidade para driblar, outra grande qualidade do jogador é o fato de chegar com frequência na área adversária. Nem todos os meias fazem isso. Finaliza bem e tem bom número de assistências na sua passagem pela base — ressalta Rafael Colling, apresentador e comentarista da Rádio Gaúcha.
Fabrício (centroavante)
Centroavante de boa movimentação, imaginava-se que Fabrício poderia ganhar chances com as saídas de André e, depois Luciano do Grêmio. Porém, foi utilizado por Renato Portaluppi em apenas dois jogos no Campeonato Brasileiro, totalizando 15 minutos em campo pela equipe principal na temporada. Cria da base do Brasil-Pel, ele está no clube da Capital desde o ano passado, e marcou um gol na Copa São Paulo e três no Brasileirão de Aspirantes.
— Sobre o Fabrício, lembro dele surgindo no Brasil, em Pelotas. Foi bem também na Copa São Paulo, mas no time principal do Grêmio, com Renato, quase não jogou. Tem uma ou outra entrada, aqui e ali. Nada mostrou. Também pelo pouco tempo. É um centroavante que não joga só como fixo. Tem a característica de cair pelo lados, além de uma boa finalização de fora da área. É preciso ver mais para ter posição mais definitiva — destaca Gustavo Manhago, narrador da Rádio Gaúcha.