O técnico Renato Portaluppi esteve na reapresentação do Grêmio na tarde desta quinta-feira (9), no CT Luiz Carvalho, mas durante a noite voltará ao Rio de Janeiro para mais 10 dias de férias, já que ele saiu depois dos jogadores devido a um curso da CBF. Porém, o treinador usará o período para realizar uma ablação no coração — uma cirurgia minimamente invasiva para corrigir quadro de arritmia cardíaca, complementar ao que fez no ano passado.
O procedimento já estava previsto e será realizado na manhã do próximo sábado, dia 11, no Rio de Janeiro, e não é considerado grave. Renato será operado pelos médicos Eduardo Saad e Leandro Zimerman, e a cirurgia será acompanhada por Paulo Rabaldo, médico do Grêmio.
— É comum retornar um quadro de arritmia. Isso é relativamente tranquilo, por ser uma cirurgia de menor porte. É, na verdade, uma cauterização. O Renato passará por esse procedimento porque tem alguns picos de ritmo alterado, então para não vir a ter problemas se faz essa ablação — explica Rabaldo.
Assim, o início das atividades de pré-temporada da equipe tricolor será sob o comando do preparador físico Rogério Dias e do auxiliar Victor Hugo Signorelli. Renato e seu primeiro auxiliar, Alexandre Mendes, retornam aos trabalhos em Porto Alegre apenas em 20 de janeiro, um dia depois da disputa da Recopa Gaúcha, contra o Pelotas, na Boca do Lobo.
Nestes primeiros dias de pré-temporada, os jogadores trabalharão em dois turnos — manhã e tarde — e, a partir de sábado, ficarão no CT Luiz Carvalho em regime de concentração. O foco das atividades deste início de ano será recondicionar os atletas fisicamente.
Entenda o procedimento
A ablação pela qual o técnico Renato Portaluppi passará no sábado é uma técnica minimamente invasiva, que leva cateteres até o coração por meio de pequenos furos ou punções, e é capaz de eliminar áreas doentes do miocárdio, responsáveis por arritmias. Por isso, é considerada uma cirurgia de baixo risco.
— Tem que fazer anestesia geral, sempre tem algum risco. Mas é considerado um procedimento relativamente tranquilo — destaca Paulo Rabaldo, médico do Grêmio que acompanhará a cirurgia no Rio de Janeiro.
Em janeiro do ano passado, o treinador já havia passado por uma fibrilação atrial do atleta, também para corrigir quadro de arritmia cardíaca. O médico gremista explica que, em ambos os casos, não são procedimentos de urgência, mas apenas para evitar problemas futuros a Renato.
Em 2019, o técnico foi operado pelo médico Leandro Zimerman, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. No procedimento, os médicos visualizavam um monitor enquanto era introduzida na veia femoral (na altura da virilha) um cateter que ia até o coração. Lá, eram mapeados os pontos que geravam as arritmias, sendo cauterizados em um procedimento chamado de ablação. A cirurgia durou cerca de quatro horas.
Conforme Rabaldo, o tipo de arritmia de Renato não costuma levar a morte súbita, mas poderia provocar demência, AVC e outras complicações. O estresse é um elemento que pode "corroborar", ou seja, precipitar o quadro de arritmia, segundo o médico do Grêmio.