O agora zagueiro Marcelo Oliveira só voltará a jogar no Grêmio em 2020. Um dos líderes do grupo, o defensor se recupera de uma grave lesão no joelho direito em março deste ano. Uma das primeiras contratações da gestão Romildo Bolzan, em 2015, recentemente teve o seu contrato renovado até o final da temporada do ano que vem. Em entrevista ao programa Paredão do Guerrinha, da Gaúcha, o atleta abordou detalhes da carreira e contou que sempre teve o sonho de jogar pelo Grêmio.
— O Grêmio era o único clube que eu tinha um sonho de jogar no Brasil. Eu sempre falava para os meus amigos sobre esse sonho. Quando eu aceitei, recebi muitas mensagens. O Leandro, ex-atacante do Grêmio, me falou uma vez que se eu jogasse no Grêmio, eu daria muito certo, pois eu tinha a cara do clube. Eu estava bem no Palmeiras, joguei em 2013 e 2014, mas o Felipão já tinha me falado do interesse. Estava quase definido que eu iria renovar com o Palmeiras. Até que o meu empresário liga de novo e me diz que o Grêmio havia feito contato. O que eu vivi nesses cinco anos até agora é inexplicável — contou.
Começo no futebol
Foi em Piracibaca que eu comecei. Jogando no Rezende e dali eu fui para o Guarani, com 15 anos. Eu fiz os meus dois anos de juvenil no Guarani e, em 2005, eu cheguei no Corinthians. E foi ali o meu primeiro ano de juniores. Comecei o segundo ano e teve um amistoso entre o Paulista, de Jundiaí, e o Corinthians, e nesse jogo o Vagner Mancini estava assistindo, junto com a diretoria, e me levaram para o Paulista, depois da Copa de 2006, no segundo semestre. Então foi ali que eu comecei no profissional. Disputei a série B de 2006 e o Paulistão de 2007 e retornei de empréstimo ao Corinthians.
De volante para a lateral
Eu era volante de origem. A função de lateral eu comecei com o Carpegiani, em 2007. Quando eu voltei para o Corinthians. Eu era um volante que saía muito para o jogo, não era tanto de marcação. Sempre ajudava no ataque. O forte era conduzir a bola e eu fazia muita jogada pela esquerda. Então quando terminou um desses coletivos, ele me chamou e perguntou se já eu já havia jogado na ala. Eu disse que tinha uma noção. Ele disse que ia me colocar na lateral. Eu comecei jogando assim, no Brasileiro de 2007. Ele é um treinador que eu tenho um carinho enorme. O Carpegiani me ajudou muito na época do Corinthians.
Da lateral para a zaga
A posição de zagueiro começou no Palmeiras, na Libertadores de 2013. Machucou o Henrique e tinha outros zagueiros suspensos. O Gilson Kleina disse que estava pensando em me colocar na defesa. Eu disse que já havia treinado e estava confiante para jogar ali. Nesse jogo da Libertadores eu fui eleito um dos melhores da partida. Tive uns 15 jogos de zagueiro no Palmeiras e eu gostei muito. A minha estreia no Grêmio foi como zagueiro, com o Felipão. Ele me trouxe como lateral, mas ele gostava de jogadores que fazer mais de uma função.
Lesão grave
Na hora que eu senti o meu joelho praticamente explodir, a dor era enorme. Eu já imaginei que era bem sério o que tinha acontecido. Mas eu sou um cara que olha o bom de tudo. Eu estou em um grande clube, que me dá toda a estrutura. Quando passa o choque, que você leva o baque, você deve ver o lado bom. Mas isso não significa que eu não fique triste, que eu não tenha noites difíceis. Eu fiquei com um ligamento só no joelho. Eu rompi quatro ligamentos e hoje já estou me sentindo melhor.
Recuperação
No começo era de domingo a domingo. Agora que eu tenho uma folga no domingo. Eu estou aqui em dois períodos, para recuperar. E eu não posso deixar de mencionar o departamento médico do clube, que é fundamental. É difícil dar um tempo exato (de recuperação). Depende da evolução. Esta cada vez mais próximo. Estou começando a correr já. O começo da recuperação é muito difícil. A gente fica deitado na maca, com os movimentos bem limitados. Estou em um procedimento de ganhar massa muscular, começando a correr. É tudo novo.
Futuro no futebol
Eu renovei agora. Tenho mais um ano de contrato. Claro que eu já tenho em mente (parar). Eu gosto muito da parte de gestão, de me relacionar com as pessoas. Sempre tive um bom relacionamento com todo mundo. Tenho ouvido bastante. É importante ir me preparando. A carreira de jogador de futebol não é tão longa e depois tem uma vida inteira pela frente. A próxima etapa, com certeza, será no meio do futebol. Futebol é algo que eu entendo e eu quero continuar agregando e aprendendo. Vou partir para essa área.