Assim como foi na semana passada, os caminhos de Renato Portaluppi e Roger Machado irão se cruzar nesta quarta-feira (17), pela Copa do Brasil. Ambos ex-jogadores, formados na base gremista e multicampeões como atletas, agora duelam como treinadores. Mas os lugares que serão ocupados por eles nesta noite já esteve invertido. Há alguns anos, o técnico do Bahia era o comandante do Grêmio. E vice-versa.
No Grêmio
O trabalho de Roger no Grêmio é mais recente. Chegou à Arena no início do Brasileirão de 2015, para substituir Felipão. Com um trabalho surpreendente, caracterizado pela posse de bola e proposição de jogo, acabou o campeonato daquele ano em terceiro lugar. Com isso, criou-se a expectativa por títulos na temporada seguinte, o que acabou não se confirmando. Além de ser eliminado para o Juventude nas semifinais do Gauchão de 2016, caiu nas oitavas de final da Libertadores. Despediu-se com 59,1% de aproveitamento.
Renato, por sua vez, está em sua terceira passagem pelo Tricolor. Na primeira, em 2010, ainda no Estádio Olímpico, tirou a equipe da zona de rebaixamento e levou à classificação para a Libertadores. Porém, no ano posterior, despediu-se sem conquistas, após a perda do título estadual para o rival Inter e com uma queda precoce no torneio continental — exatamente como Roger.
O segundo ato se deu em 2013, quando chegou na metade do ano e, substituindo Vanderlei Luxemburgo, foi vice-campeão brasileiro. Seu terceiro trabalho, por fim, foi o mais duradouro e vitorioso. Assumiu o time justamente após a saída de Roger e, desde 2016, coleciona taças: Copa do Brasil, Libertadores, Recopa Sul-Amerana, dois Gauchões e Recopa Gaúcha. Ao todo, comandou a equipe em 298 jogos, contabilizando um aproveitamento de 59,5%.
No Bahia
O que nem todos se recordam é que Renato também já foi treinador do time baiano. Chegou a Salvador no início de 2010, então com 47 anos, tendo como trabalhos anteriores o Madureira, Vasco e Fluminense — por quem havia conquistado a Copa do Brasil de 2007, curiosamente com gol do então zagueiro Roger na final.
Naquela temporada, foi vice-campeão baiano, caiu na primeira fase da Copa do Nordeste e se despediu da equipe na 13ª rodada da Série B, deixando o time em sexto lugar na tabela, justamente depois de um convite do Grêmio. Por lá, foram 49 jogos, com 27 vitórias, 10 empates e 12 derrotas — um aproveitamento de 61,9%. Seu time tinha o meia Morais e os atacantes Jael e Rodrigo Gral. Sem ele, o Bahia acabaria subindo à Série A, em terceiro lugar, após sete temporadas longe da elite do futebol nacional.
Roger, por sua vez, conseguiu erguer uma taça na Fonte Nova. Contratado ainda no início desta ano, com a temporada em andamento, conquistou o Campeonato Baiano. Agora, tenta levar a equipe a uma inédita semifinal da Copa do Brasil. Ainda assim, totaliza um aproveitamento inferior ao conquistado por Renato há nove anos: 57,4%.
Confira o desempenho dos treinadores por Grêmio e Bahia:
Renato no Bahia
49 jogos
27 vitórias, 10 empates e 12 derrotas
61,9% de aproveitamento
Nenhum título
Roger no Bahia
18 jogos
9 vitórias, 4 empates e 5 derrotas
57,4% de aproveitamento
Campeão baiano em 2019
Roger no Grêmio
93 jogos
48 vitórias, 21 empates e 24 derrotas
59,1% de aproveitamento
Nenhum título
Renato no Grêmio
298 jogos
152 vitórias, 80 empates e 66 derrotas
59,5% de aproveitamento
Campeão da Libertadores (2017), da Copa do Brasil (2016), Recopa Sul-Americana (2018) e bicampeão gaúcho (2018 e 2019)