O sábado (18) reservava uma das últimas etapas de recuperação para que Paulo Miranda voltasse a ficar à disposição do técnico Renato Portaluppi. Porém, ao participar de um jogo-treino contra o time de transição do Grêmio no CT Luiz Carvalho, o zagueiro voltou a sentir dores musculares, frustrando a intenção de usá-lo contra o Juventude, nesta quarta-feira, em Caxias do Sul, pela estreia gremista na Copa do Brasil — também continuará de fora da partida contra o Atlético-MG, no fim de semana, pelo Brasileirão. E não é de hoje que ele convive com lesões.
De acordo com levantamento feito por GaúchaZH, o defensor, que completará 31 anos em agosto, tem um histórico de lesões durante a carreira — ao todo, ficou 81 jogos fora pelas mais variadas contusões. Quando contratado pelo São Paulo junto ao Bahia, em 2012, só conseguiu estrear na quarta rodada do Campeonato Paulista, depois de se machucar durante a pré-temporada. Nos três anos e meio de Morumbi, passou pelo departamento médico inúmeras vezes, chegando a passar por uma artroscopia no joelho esquerdo.
— A curiosidade é que quando ele mais jogou e se destacou no São Paulo foi atuando improvisado na lateral direita, uma posição que, em tese, é mais desgastante. Ele não era nada brilhante, mas cumpria bem defensivamente. Na zaga, quando ele ameaçava ser colocado como titular, tinha alguma lesão e perdia a posição. Então, é uma questão que já o acompanha — analisa Arnaldo Ribeiro, comentarista dos canais ESPN.
Quando foi comprado pelo Red Bull Salzburg, da Áustria, na metade de 2015, Paulo Miranda estava entregue ao Reffis (Núcleo de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica do São Paulo). Perdeu as cinco primeiras partidas da equipe pela temporada europeia. Logo depois, firmou-se como titular, é verdade, mas no ano seguinte teve de ser afastado por mais de 40 dias depois de uma cirurgia no tornozelo direito.
Porém, nada se compara ao inferno astral vivido atualmente no Grêmio. Apenas quatro meses depois de chegar a Porto Alegre, em 2018, o defensor foi obrigado a parar por conta de uma luxação no ombro, em abril de 2018. Em novembro, uma lesão muscular na coxa esquerda ainda o tirou dos últimos quatro jogos da temporada.
A ausência do jogador não é novidade para os gremistas. Pesa em favor de Paulo Miranda o fato de ter atuações regulares quando está saudável. Nos oito jogos em que atuou pelo Gauchão, foi o atleta do elenco gremista que mais rebateu bolas (58 vezes), tendo realizado sete desarmes em sete tentativas. O problema realmente está no fator físico. Prova disso é que, em março deste ano, teve diagnosticada uma lesão no músculo posterior da coxa direita, durante o Gre-Nal da fase classificatória do Estadual. Desde então, nunca mais conseguiu entrar em campo, ficando de fora dos últimos 17 jogos do Tricolor. São quase 70 dias sem vestir um uniforme que não seja o de treino — exatamente em um momento em que as improvisações têm sido frequentes na zaga.
— Eu não acredito nisso, mas dá até para falar em um certo aspecto de azar, porque foram diversas lesões diferentes — conclui Arnaldo Ribeiro.
Tempo de parada de Paulo Miranda em outras lesões:
São Paulo
2012
Janeiro — coxa direita (3 jogos)
2013
Fevereiro — artroscopia joelho esquerdo (11 jogos)
Julho — fratura mão esquerda (7 jogos)
2014
Abril — joelho direito (4 jogos)
Maio — coxa esquerda (4 jogos)
Setembro — coxa direita (6 jogos)
2015
Abril — joelho direito (2 jogos)
Junho — coxa esquerda (5 jogos)
Red Bull Salzburg
2016
Julho - tornozelo direito (10 jogos)
2017
Novembro - panturrilha (3 jogos)
Grêmio
2018
Abril - ombro esquerdo (5 jogos)
Novembro - coxa esquerda (4 jogos)
2019
Março - coxa direita (17 jogos)