Foi com festa de aproximadamente 500 torcedores que Diego Tardelli desembarcou em Porto Alegre para assinar com o Grêmio, no início da tarde desta quarta-feira (13). Mal chegou à Capital e o atacante, considerado o principal reforço gremista para a temporada, já se apresentou ao novo clube. Tardelli estava há quatro anos no Shandong Luneng, da China, onde marcou 51 gols em 98 jogos. No Tricolor, vestirá a camisa 9, antes usada por Jael.
Aos 33 anos, Tardelli exigiu um contrato de três anos para voltar ao Brasil. O objetivo na reta final da carreira, garante, segue sendo o mesmo de sempre:
— O que me motiva são os desafios, minha vontade de vencer, como sempre foi. Com 33 anos, considero que estou no auge da minha carreira. Sei que muita gente acha que com essa idade não vou correr tanto, mas me sinto um garoto ainda, como se tivesse 19 anos, estou bem focado Quero deixar meu nome na história do Grêmio, poder ganhar títulos, que é o mais importante. Vim para vencer e conquistar grandes coisas aqui.
Amigo de Renato, o jogador destacou o papel do treinador para um desfecho final na negociação. Segundo Tardelli, nenhum outro clube demonstrou tanto interesse em sua contratação quando o Tricolor.
— Acho que mais o interesse dele (Renato), a persistência, me ligando, mandando mensagem toda hora. "E aí, resolveu? Vai vir?", aquele jeito dele. De todos os clubes que tiveram interesse e sondagens, o Grêmio, e principalmente o Renato, foi o que mais me quis aqui. Fico feliz desse interesse dele. Pela história que ele tem aqui, a trajetória dele no futebol, tenho certeza que a gente vai dar muito certo aqui nesses três anos — falou.
Há quatro anos na China, Tardelli acredita que está no melhor momento da sua carreira. Com relação ao atleta que fez sucesso no São Paulo e virou ídolo no Atlético-MG, onde foi campeão da Libertadores (2013), da Recopa Sul-Americana e da Copa do Brasil (ambas em 2014), hoje se vê como um atleta mais maduro.
— O amadurecimento dentro de campo, leitura tática, cortar caminho. Coisas que não fazia quando tinha 18, 19 anos. Me sinto um jogador mais completo dentro e fora de campo, me cuidando mais. Se eu tivesse esse pensamento lá atrás, estaria no auge, em um clube grande da Europa. Mas me sinto no meu melhor momento. Meu amadurecimento dentro de campo foi fundamental nesses últimos anos para mim.
Veja outros trechos da entrevista:
Qual a participação do Renato e do Léo Moura no negócio?
"Quero agradecer ao presidente pelo esforço. Principalmente o Renato, uma peça fundamental na minha vinda para cá. Léo Moura, claro, fez o contato comigo e perguntou qual era a minha intenção, já que estava livre no Brasil e tinha a possibilidade de vir pra cá. Na mesma hora passou o contato pro Renato, que me ligou. É um namoro bem antigo, acredito que desde 2010 eu tenho esse contato com o Renato. Tinha o sonho de ser treinador por ele, ainda mais numa equipe como o Grêmio, pelo jeito que vem jogando nos últimos anos. Estou feliz por esse momento, espero corresponder para a torcida, presidente e clube, todo o esforço que fizeram para me trazer. Feliz de voltar para o Brasil e começar um novo ciclo no Grêmio. Vim para a equipe certa, que tem um time montado e que briga por títulos todos anos."
Experiência na China e posição que entraria no time
"Fui muito feliz nesses quatro anos em que estive na China. Me adaptei super rápido, tive as últimas temporadas muito boas. Fechou o ciclo na China, pintou a possibilidade de voltar para o Brasil. Sobre jogar, isso aí vai pelo Renato, ele já conhece minhas características, tenho a facilidade de jogar pelos lados. Na China eu estava fazendo praticamente um meia, pela minha mobilidade. Aí é com o Renato, ver onde ele vai me encaixar, respeitando todos os jogadores, ali na frente temos muita qualidade. Quero estar bem focado, bem preparado para ter uma temporada muito boa aqui."
Como está fisicamente?
"A parte física vai demorar alguns dias ainda, meu último jogo foi em 30 de novembro. Nas férias a gente dá aquela corridinha, mas não é um treino intensivo como no clube. Amanhã vamos conversar com o preparador físico e estipular um tempo pra eu voltar. Meu porte físico ajuda, magrinho, então é mais fácil de adquirir a forma física."
Semelhanças com o Atlético-MG de 2013 e escolha pela camisa 9
"É um elenco parecido, lembra um pouco o Atlético-MG de 2013. Um time que ataca muito, que tem a qualidade ofensiva do meio para frente, é um dos elencos que pode brigar por título, um dos melhores do Brasil. Vai brigar pelo Brasileirão, pela Libertadores... A camisa 9 vem me dando sorte já tem um tempo, usei no Galo e na China. O Jael fez essa pra mim, com a saída dele tive a oportunidade de usar a 9."