Nos últimos jogos, notadamente desde o Gre-Nal de 12 de maio, na Arena, os questionamentos sobre a queda de rendimento do Grêmio surgiram com força. Boa parte desses questionamentos, tanto na imprensa quanto na torcida, apareceram por dois motivos óbvios: o primeiro, muito falado em vários momentos, foi quando adversários passaram a se fechar mais nas partidas contra o Grêmio, um movimento natural, do jogo, que gerou críticas de Renato, até um pouco descabidas, eu acho, pois não é nosso técnico que vai dizer como os adversários têm se que portar contra o Grêmio.
A postura dos adversários é absolutamente normal, principalmente depois das duas goleadas seguidas, contra o Cerro e contra o Santos, quando os adversários viram que, se jogassem abertos contra o Grêmio, corriam sérios riscos. O segundo, e bem importante, na minha visão, atende pelo nome - ou pela falta dele: Arthur, que deve voltar ao time, no jogo desta quarta-feira (seis), contra o Palmeiras.
Mesmo que reconheça toda a qualidade de nomes importantes para o time nesse período, como Everton, Maicon e Kannemann, coloco "na conta" do desfalque de Arthur boa parte dessa queda de rendimento.
Sem substituto à altura
Ele é absolutamente diferenciado dentro do elenco do Grêmio, não tem substituto à altura. Aliás, não foi à toa que ele surgiu em 2017, rapidamente estourou, encantou o país e foi vendido para um dos maiores times do mundo, pouco mais de um ano depois, por cifras milionárias. Nesse período, a exceção foi justamente o Gre-Nal que citei no começo do texto, no qual Arthur estava em campo, e não ganhamos. Ali, qualifico de muito boa a atuação do Grêmio. Não vencemos por dois motivos básicos: André perdeu um gol feito, e a arbitragem não marcou um pênalti de concurso em Cortez. Coisas do futebol, faz parte.
Dali em diante, sem Arthur, o Grêmio, do meio para a frente, perdeu seu jogador absolutamente diferenciado, que faz uma transição incrível do meio para o ataque. Não coloco tanto na conta do Fluminense, por exemplo, o lamentado empate em 0x0, também na Arena. Nem na conta do Paraná, o lanterna da competição. Somos melhores que esses dois times, isso está claro. Mas, muito desse resultado passa, novamente, pela falta de Arthur, que consegue "quebrar" algumas retrancas, atuando em conjunto com Luan e Maicon, por exemplo.
No atual elenco, temos alguns jogadores absolutamente diferenciados, que jogariam em vários times do mundo, de reposição à altura quase impossível: Marcelo Grohe, Geromel, Arthur e Luan. Quando um desses quatro estiver de fora, pode escrever: a peleia será dura. Com os quatro em campo, o Grêmio vira o melhor time do Brasil. Mas a tarefa é especialmente complicada de resolver quando Arthur está fora. Rezemos que ele não desfalque mais o time em 2018.