Li o texto do colega Marcelo Carôllo, no espaço do Torcedor Colorado, no site de GaúchaZH. Aliás, mais um belo texto do Carôllo, que tem lampejos de criatividade e escreve belas pérolas, sempre recomendo a leitura dos textos dele, fogem do usual, e do chato, que predomina aqui na aldeia.
Assim como ele, eu também passei anos levando flauta, principalmente na primeira década dos anos 2000, com o segundo rebaixamento do Grêmio, que, somado a uma avalanche de títulos do Inter, transformou a vida dos gremistas em um inferno. Porém, não concordo com a avaliação do amigo, no trecho em que ele afirma que "no final das contas, parece que esse é o jeito como os torcedores do Grêmio, no geral, se enxergam. Como absolutamente superiores em absolutamente todos os sentidos."
Ou, de repente, concorde, sejamos incoerentes, a vida está cheia de incoerências, e elas que podem nos fazer pensar melhor. Acho que concordo porque, durante alguns bons anos, eu achei de uma extrema arrogância e suposta superioridade dos colorados aqueles discursos que traziam duas frases: "time grande não cai" e "campeão de tudo". Lembram? Ou seja, usei o mesmo discurso, e senti o mesmo sentimento, que o Carôllo manifestou em seu texto.
Pois é, o tal time grande caiu, como vários gigantes do país já caíram. Além disso, o Inter nem campeão de tudo conseguiu ser, pois conseguiu fazer o favor de entregar o título da Série B para o glorioso América-MG. Ao final do texto, concluo da mesma maneira que o Carôllo. Flauta só serve pra isso mesmo. Pra flauta, nada mais, pra dar risada, e sabendo que o jogo vira, um dia. Virou pra o Grêmio, que está por cima. Vai virar novamente? Certamente sim. Essa história começou há mais de 100 anos. E não mudará de uma hora para outra.
"Um minuto de silêncio" é a nossa versão para o "time grande não cai" ou para "campeão de tudo", ou qualquer outra flauta que tenha surgido neste tempo. E não há nenhum problema nisso. Não há desrespeito ao coirmão, que tenta se reerguer em uma das piores fases de sua história (não é corneta, é fato). Ou será que alguém pensa que o Inter, e seus torcedores, na tal flauta do time grande, queriam insinuar que o Grêmio era um time pequeno? Acho que não. É flauta, e nada mais.