Aos 31 anos, poucos jogadores trocariam um clube onde se é ídolo e multicampeão para buscar novos rumos. Edílson contrariou a normalidade e aceitou deixar o Grêmio. Aceitou uma proposta do Cruzeiro com um contrato de três temporadas. Em contrapartida, os mineiros enviaram os garotos Alisson e Thonny Anderson para Porto Alegre.
Em entrevista ao Show dos Esportes, o lateral falou sobre a sua saída, primeiros meses em Belo Horizonte até sobre o sonho de disputar uma Copa do Mundo. Confira a entrevista completa com o atleta:
Parceria e recuperação do meia Douglas
— Senti a falta do meu 10 para tirar esta foto (rindo ao falar sobre a foto com cervejas na banheira do Mineirão, agora sozinho). Eu tenho falado um pouco com ele. A gente conversa sempre que dá. Ele está muito focado na recuperação. Acredito que logo ele estará em campo para a felicidade de todos os gremistas. Ele é ídolo aí em Porto Alegre.
Saída do Grêmio
— O Grêmio vai ser um clube que eu vou levar por toda a minha vida. Ganhei vários títulos importantes. O que eu vivi foi maravilhoso. Tenho um sentimento de gratidão por tudo que vivi em Porto Alegre. Agora eu estou no Cruzeiro e fui bem recebido aqui. Estou feliz pelo apoio e o que vem acontecido aqui. Ainda é tudo muito recente e as coisas vão melhorar com títulos e conquistas.
Copa do Mundo 2018
— Eu sonho sim. Este sonho só vai se realizar comigo mostrando o meu futebol, como eu venho fazendo nestes anos. Tanto eu, quanto o Fagner, somos os melhores laterais do Brasil. Estamos jogando num altíssimo nível. Está muito perto da Copa do Mundo e sei que é muito difícil. Eu estou em um time bom e que vai brigar por títulos neste ano. Meu foco é este. Quem sabe eu não posso sonhar com uma vaga lá no final?
No Grêmio, se sente em casa
— No Grêmio, eu encontrei a minha casa. Conheço do roupeiro às cozinheiras e tenho amizade com todos. A gente montou um elenco com fome de títulos. Os jogadores estavam machucados, queriam muito títulos e não conseguiam. Eu cheguei, plantamos sementinhas e conseguimos iniciar o caminho dos títulos, com a Copa do Brasil.
Renato Portaluppi x Mano Menezes
— Eles são pouco diferentes. Os dois têm uma noção de grupo muito forte. O Mano tem o elenco na mão dele e o Renato nem se fala. O Mano estuda muito e o Renato, nos últimos anos, evoluiu muito neste quesito. Eu trabalhei três vezes com o Renato e ele está muito melhor do que antes. É só com experiência, conquistas e um time bom que um técnico melhora. Eles não são muito diferentes. O Renato é mais solto e o Mano é mais durão. Acho que são dois bons treinadores, isto é o mais importante. Eles são os dois melhores treinadores do Brasil, junto com o Fábio Carille.
"Marra" de Renato
— Quem não conhece o Renato, acha que ele é marrentão. Para nós jogadores, isto nos dá tranquilidade. É uma brincadeira sadia. Ele foi um craque de bola e como treinador está sendo excelente também.
Ensinamentos para Ramiro cobrar falta
— Este baixinho tá impossível (risos). Ele é meu irmão. Eu gosto muito dele e vamos viajar juntos para a Copa do Mundo para o Nordeste, isto se o Tite não me levar (risos). Eu não deixava ele bater no Grêmio porque eu não deixava ele chegar (risos). Tomara que ele continue fazendo muitos gols, desde que não seja contra nós. Eu não posso falar nada de ensinar os outros, ele sempre bateu muito bem na bola.
"Um minuto de silêncio para o Inter"
— Este minuto de silêncio, eu e o Kannemann criamos na minha casa depois do título da Copa do Brasil. Entre amigos, ele puxou e nós cantamos juntos. Quando a gente foi campeão da Libertadores, eu olhei para ele e a gente falou por impulso. O Inter viveu uma fase maravilhosa há dez anos e a gente via o D'Alessandro e os jogadores do Inter, o Sasha zoando o Grêmio e os gremistas calados. Infelizmente, agora os colorados estão aguentando o que os gremistas já passaram. É normal. O que não pode, é violência. Quando é zoeira, tem que aguentar. O Grêmio já foi muito zoado e agora os colorados vão ter que aguentar.
Campeão mineiro
— O primeiro jogo da final foi disputado no primeiro de abril e o Atlético ganhou. Foi uma mentira isso (risos). Brincadeira. Nós nos mobilizamos muito, foi mérito nosso. Tivemos a melhor defesa, o melhor ataque e foi tudo merecido. Fizemos um primeiro jogo ruim e eu tava lesionado em casa, torcendo. O gol que o Arrascaeta fez nos ajudou muito. A gente entrou com um espírito sabendo que poderíamos fazer um placar que já tínhamos feito na temporada. Por mérito, saímos campeões.
Favoritos ao título do Campeonato Brasileiro
— Tem o Palmeiras, tem o Corinthians... O Carille tem um modo de jogar que não é encantador, mas que dá resultado. A gente sempre coloca seis ou sete times como favoritos. O Grêmio está forte também. Já falei aqui, tomara que o Luan e o Arthur sejam vendidos logo que aí fica mais fácil para nós. Tanto o Grêmio, quanto o Cruzeiro estão muito fortes nesta temporada também.