Aos torcedores que estavam órfãos dos chutes certeiros de Edilson, Jael mostrou no Gre-Nal de domingo que pode assumir o papel de cobrador oficial de faltas do Grêmio. Ao marcar um golaço no clássico de ida das quartas de final do Gauchão, o camisa 9 aliou força a uma batida perfeita na bola.
Após o jogo, o técnico Renato destacou o esforço de Jael nos treinos para aprimorar sua técnica. E também revelou o alto percentual de acerto do jogador nas atividades, que é de 80%. A repetição, ensina o ex-lateral-direito Anderson Lima, é a principal forma de aprimorar o fundamento. Hoje auxiliar técnico do Água Santa, clube de Diadema que disputa o Paulistão A-2, Lima lembra do período em que trabalhou com Jael na Portuguesa, em 2012.
— Ele teve uma evolução grande, melhorou muito. Acredito que ele soube aprender no momento difícil, com a contusão e também no período sem gols. Foi uma batida com qualidade muito boa, pegou bem na cobrança de falta. Agora ele precisa manter isso, treinar bastante para aproveitar as chances quando aparecerem — diz o ex-lateral.
Na época de Grêmio, Anderson Lima conta que batia ao menos 40 faltas a cada treino. Durante os jogos, torcia a todo tempo para que uma falta fosse marcada perto da área adversária.
— A repetição é importante, treinar todo o dia. Claro que, pelo calendário do futebol brasileiro, você cansa a perna. Mas nas partidas você já sabia o que tinha que fazer. O Jael fez muito bem a batida com o lado de dentro do pé. Na posição em que ele estava, era o ideal. Força ele tem, agora a técnica ele está mostrando também — analisa Lima.
O ex-volante do Grêmio, Luís Carlos Goiano, também destaca a qualidade na batida de bola que Jael teve. Segundo Goiano, o gol no clássico de domingo dará mais confiança ao centroavante nas próximas tentativas.
— Foi uma belíssima cobrança, pegou muito bem. Do jeito que ele cobrou, já era para sair para o abraço. Não é fácil pegar uma bola daquele jeito. Por estar treinando muito, ele foi com muita confiança para a bola — analisa Goiano, que completa:
— O treinamento é tudo. Fazendo um gol no clássico, ganha muita confiança. Um gol deste tamanho, pela importância que tem, vira uma arma forte. Com a bola rolando, já cabeceia bem. Com a bola parada, pode se tornar uma peça importante para o time.